Da Redação
Dias ensolarados e férias são dois fatores que fazem do verão a época ideal para ficar o maior tempo possível ao ar livre. Por conta disso, milhares de pessoas – crianças, jovens e adultos – passeiam e desfrutam dos banhos de mar e de piscina, expondo-se com mais intensidade aos raios solares.
Porém, muitos se esquecem de aplicar um protetor solar e não evitam a exposição ao sol, no período das 10 às 15 horas, precauções que ajudam a evitar queimação na pele, ardência, envelhecimento precoce e, até mesmo, o câncer de pele.
A médica dermatologista Dra. Alessandra Nogueira esclarece as principais consequências da exposição excessiva ao sol.
1. O que se pode fazer depois que a pele se queimou demais?
Resposta: Resfriar a pele no local queimado, de preferência com banhos de água fria, e hidratar com cremes para pele sensível, sem ureia. Se necessário e, de preferência sob orientação médica, usar um creme à base de corticoide no local da queimadura.
2. Quais os cuidados para que a pele não descasme?
Resposta: A descamação acontece em resposta à queimadura solar que, na sua forma mais leve, se manifesta por meio da vermelhidão. Para evitá-la, o uso do filtro solar é indispensável e a exposição solar deve ser feita sempre dentro dos horários nos quais a radiação UVB é menos intensa: das 8h às 10h ou das 15h às 18h.
3. E se, mesmo assim, descascarem? O que deve ser feito?
Resposta: Hidratar a pele com cremes para pele sensível, sem ureia. Além de evitar ‘arrancar’ a pele que está solta, pois isso pode levar ao aparecimento de manchas.
4. Dizem que quem tem pele oleosa não precisa se preocupar em hidratar a pele. É verdade ou uma pessoa com esse tipo de pele deve aplicar menos creme?
Resposta: A pele oleosa também tem potencial de ressecar e, por isso, pode e deve ser hidratada. O segredo é utilizar hidratantes que possuam veículos adequados para esse tipo de pele, como loções oil free (sem óleo) ou geis creme. Deve-se evitar na pele oleosa, hidratantes com veículo muito gorduroso, porque pode gerar oclusão dos poros e causar espinhas.
5. Muitas pessoas ainda insistem em conseguir um bronzeado sem uma proteção adequada. Qual é o jeito mais saudável de se expor ao sol e conseguir um bronzeado?
Resposta: Evitar tomar sol das 10h às 15h, pois nesse período o risco de queimadura solar é maior, usar filtro solar sempre que se expor ao sol e repetir sua aplicação a cada 2 horas. O ideal é iniciar a exposição ao sol em períodos mais curtos, ir aumentando lentamente esse tempo de exposição ao longo dos dias, principalmente se a pele for muito branca. É importante lembrar que o sol é inimigo de uma pele jovem e saudável, pois ele é o grande responsável pelas manchas e rugas que surgem por volta dos 30 anos. O sol tem um efeito nocivo, cumulativo na pele e que só se evidencia tardiamente.
6. Usar bronzeadores, com FPS baixo, é realmente arriscado?
Resposta: Atualmente se conhece bem os efeitos nocivos do sol na pele, com envelhecimento precoce e câncer de pele, e não é cabível falar em exposição ao sol sem a aplicação de um fotoprotetor. O uso de bronzeadores é sim arriscado, porque potencializa o risco de queimaduras solares.
7. Comer cenoura realmente ajuda a manter ou acelerar o bronzeado e manter a cor?
Resposta: O betacaroteno é uma substância pertencente à família dos carotenoides, presente em diversos alimentos, como a cenoura, o mamão, a beterraba e a abóbora. Pode também ser ingerida em cápsulas, contudo o betacaroteno não acelera o bronzeamento, mas a coloração amarelada que dá à pele pode proteger contra os raios ultravioleta.
8. Quais são os riscos de aplicar uma loção caseira para bronzear a pele?
Resposta: O perigo é de que elas potencializem o risco de queimadura solar, deixando a pele mais propensa às manchas ou, o que é pior, podendo causar insolação, quadro em que o paciente pode ter sintomas como febre, náuseas, tontura, dor de cabeça e desidratação após a exposição ao sol.
*Dra. Alessandra Nogueira (CRM-SP 99849), dermatologista, Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)