por Rosemeire Zago

“Faço terapia há oito anos e ainda não consegui progredir, ainda tenho medos como o de abandono. Prefiro ficar em casa sem fazer nada a enfrentar o mundo com os seus desafios e rejeições. Meu psicólogo diz que quero extrema atenção. Como sair disso?”

 Resposta:  É preciso reavaliar o progresso e seu comprometimento com o processo psicoterapêutico em que se encontra há oito anos. Cada um tem seu próprio tempo, mas acredito que em oito anos seria suficiente para que você conseguisse superar algumas dificuldades.

Você escreve que prefere ficar em casa, claro, isso de alguma forma a faz se sentir mais segura, mas ao mesmo tempo não vive. O mais importante do que qualquer pessoa possa dizer, é você identificar os próprios sentimentos. Do que tem medo, de ser rejeitada? Ficar em casa a faz se sentir feliz? Não é o fato de você não conviver com outras pessoas que terá a garantia em não sofrer mais. Já pensou se você não se rejeita na mesma intensidade em que tem medo de ser rejeitada?

É preciso identificar a origem de sua rejeição, pois seus medos foram criados a partir disso, entende? E após identificar, é preciso elaborar essa dor, ou seja, que você possa lamentar tudo que sentiu e ainda sente. Talvez você ainda tenha dentro de você uma menininha que chora por aceitação e amor, e se assim for, é importante que entenda que pode sair do papel de vítima e tornar-se responsável por si mesma. Converse com o profissional que lhe atende e se sentir que juntos não consigam dar prosseguimento ao processo, pense em buscar outro profissional que atenda mais suas necessidades.