por Tatiana Ades
O amor é um sentimento nobre, raro hoje em dia, está se escondendo cada vez mais e muitos temem que ele acabe em extinção.
Será que podemos manter a chama em nossos corações diante de uma sociedade tão materialista e incrédula?
O sexo hoje em dia, banalizado, não consegue mais abraçar o amor. Cada vez mais é colocado aos jovens que fazer sexo é uma simples escolha e um dever. É como se a sociedade declarasse em alta voz o quanto é bom fazer sexo sem sentir o amor.
Estamos numa era de desamor, mas ainda há formas de rever esses conceitos e ideias impostas. Basta regarmos o nosso amor próprio para que ele nos faça achar “o outro”.
O sexo, cada vez mais, mostra o que buscamos em nós mesmos e nos outros, numa sociedade que tanto cobra o gozo rápido e fácil, poucas são as pessoas que estão satisfeitas no ato sexual.
Nada disso tem haver com puritanismo, mas quando o excesso impera, a conquista que é tão instintiva no ser humano, acaba por se sentir traída e distante… e a conquista é necessária para que hormônios sexuais trabalhem, para que nossa autoestima se erga e para que o gozo seja a consequência de um ato de sedução e não somente um ato momentâneo.
Os consultórios andam lotados de mulheres e homens que se dizem frígidos, sentem que “algo está faltando”.
Falta conhecer o outro, sentir estímulos, conquistar, dar e receber; falta saber amar para ter prazer no sexo.
Infelizmente uma sociedade frígida cria seres frígidos!
“O amor bate na porta/o amor bate na aorta,/fui abrir e me constipei.
Cardíaco e melancólico,/o amor ronca na horta entre pés de laranjeira
entre uvas meio verdes e desejos já maduros“
Carlos Drummond de Andrade