Por Roberto Santos
Todos os tipos de feedback são importantes para o autodesenvolvimento dos profissionais e para melhorar os processos do dia a dia de trabalho.
Segundo Roberto Santos (Sócio-diretor da Ateliê RH), “apesar de serem consolidados no mundo organizacional os termos de feedback positivo e negativo, podemos considerar que um feedback útil para o desenvolvimento pode ser de reconhecimento (chamados de “positivos” — o que fazemos bem e devemos continuar a fazer ou de redirecionamento — chamados de “negativos” – aquilo que precisamos parar de fazer ou começar a fazer para corrigir um aspecto de nosso desempenho.”
Entretanto, ainda que os dois tipos de feedback sejam positivos no sentido de contribuírem para nosso desenvolvimento, os feedbacks de redirecionamento ou negativos acabam se tornando um desafio para muitas pessoas que não lidam bem com críticas. Mas é este tipo de feedback que nos ajuda a enxergar os erros e aponta qual caminho se deve seguir.
Acostumar-se com o feedback “negativo” e conseguir enxergá-lo como algo proveitoso é algo que precisa ser trabalhado dia após dia. É necessário ter inteligência emocional e sabedoria para compreender os motivos dos feedbacks e aceitá-los. Conheça algumas estratégias que podem ajudar você a lidar com os feedbacks negativos e tirar proveito deles.
Não fique na defensiva
É importante ter em mente que cada um tem um ponto de vista ou percepção diferente sobre os comportamentos dos outros e isso acarreta em diferentes conclusões. Por isso, antes de responder emocional e defensivamente, o melhor a fazer é ouvir o que o gestor tem a dizer e tentar entender como ele chegou àquele entendimento. Quando você tiver a palavra, não fique na defensiva. Tente explicar os motivos que o levaram a tomar determinadas decisões e o fizeram escolher determinados caminhos.
Não encare o feedback “negativo” como uma reunião apenas para ouvir críticas sobre seu trabalho. Esse não é o objetivo. Encare e aceite seus erros e encontre uma solução para não cometê-los novamente. Trabalhe seu autoconhecimento, autocontrole e empatia para que esse feedback seja produtivo e ajude você a melhorar como profissional.
Entenda e reconheça os motivos desse feedback negativo
Novamente, cada um tem um ponto de vista diferente e é preciso tentar entender o ponto de vista de cada feedback que receber. Faça uma autoavaliação e tente ver o trabalho como os outros viram. Essa é uma maneira mais simples de entender como as outras avaliaram seu trabalho.
É importante ter em mente que um feedback negativo é uma crítica sobre algum aspecto específico de seu desempenho e deve-se evitar levá-la para o lado pessoal como um ataque a sua personalidade como um todo. Se o seu gestor diz que você não fez um bom trabalho e que algo está errado, aceite a crítica e trabalhe para melhorar aquele aspecto específico que foi apontado. Muitas vezes, um feedback negativo pode mexer com o seu emocional de forma negativa. Por isso, você deve procurar aplicar um “filtro” que lhe ajude a ouvir tudo o que for falado como tendo o seu crescimento profissional como objetivo.
Escolha bem suas batalhas
Como você reage quando recebe um feedback negativo diz muito sobre você. Esse tipo de avaliação está longe de ser agradável, mas deixar suas emoções falarem mais alto pode ser bastante prejudicial.
Ouça o que seu gestor tem a dizer e não tente defender seu trabalho. Responder às críticas é diferente de tentar defender seus motivos. Peça exemplos do que poderia ser feito de forma diferente, anote e agradeça todos os detalhes e sugestões que receber. Por fim, mostre-se disposto a colaborar para a melhoria dos processos.
O feedback negativo precisa deixar de ser encarado como algo ruim dentro das organizações, pois tem o poder de ajudar equipes a melhorarem seu trabalho e contribuir para o desempenho do todo. Ainda segundo Roberto Santos, “Há pessoas que encaram todas as situações em que recebem um feedback ou crítica como uma oportunidade vital para convencer quem está dando o feedback de que está errado. Estas pessoas podem até ganhar uma ou outra ‘batalha’, mas na ‘guerra’ corporativa, elas estarão forjando uma reputação de resistentes e arrogantes; como consequência, elas provavelmente deixarão de receber feedbacks e um belo dia, receberão aquele ‘cartãozinho vermelho’ para procurarem uma empresa que reconheça a perfeição em pessoa.”
Fonte: www.revistadorh.com.br