por Lilian Graziano
Mire sua linha do tempo e desenhe-a num papel. Marque seu nascimento, os eventos importantes, suas projeções de futuro. Agora dê uma olhada… Certamente você está cheio de metas para daqui cinco, dez, 15 anos. E isso independe do fato de você ter 25, 30, 40 anos…
Note como lá no fim da linha estão concentrados os projetos de realizações mais importantes para você no momento. Agora rasgue aleatoriamente essa folha de papel, uma única vez. Em que ponto da vida sua linha se rompeu? Se você tivesse vivido somente até aquele ponto teria vivido uma vida feliz?
Se respondeu sim à pergunta, maravilha! Se respondeu não, fique tranquilo! Você está dentro de uma numerosa estatística de pessoas que ainda não compreenderam o conceito de felicidade, mas que um dia se darão conta de que podem ser ou de que já são muito felizes antes de suas linhas do tempo se esgotarem.
É muito comum o indivíduo projetar a felicidade num futuro próximo ou distante, encontrando-a nos próximos sonhos e realizações. Como a velha história do pote de ouro no fim do arco-íris. Mas a felicidade não é um fim, algo a ser conquistado em um determinado momento. Ela não é mais que o dia a dia de uma vida bem vivida.
O importante é, agora que você já sabe disso, orientar sua percepção sobre a felicidade baseado(a) em outra perspectiva. A de que ela é, enfim, um processo, não é algo a se fixar num determinado ponto da linha da vida. Elimine de si a ideia de que felicidade é algo atrelado ao sucesso em alguma ação, de que é um benefício que vem, muitas vezes, somente depois de muito sofrimento e luta. Vencer obstáculos e ser bem-sucedido faz parte do processo de ser feliz, mas felicidade está longe de ser somente um produto disso.
Trata-se, afinal, de contemplar o arco-íris, a caminho do pote de ouro. Perceber cada cor e sorver dela todas as sensações. . É bem verdade que a genética tem lá o seu papel no tocante às suas chances de ser feliz. Entretanto, mais importante do que ela são suas escolhas (e sobretudo seu esforço) em direção ao que podemos chamar de projeto pessoal de felicidade. Mas você pode optar por atingir seus objetivos (em geral materiais) na esperança de que no mesmo “pacote”, a felicidade venha de brinde. Contudo,o risco da decepção é grande, pois minha experiência tem me mostrado que felicidade não vem em “combos”.
O pote de ouro é uma meta importante, mas só o é porque o caminho até ele é colorido, a descida é suave e a vista, da perspectiva das nuvens, um enorme presente.