por Joel Rennó Jr.

"Tenho bom nível de informação e cultura, mas não consigo me articular."

Resposta: É importante sabermos se tal timidez ocorre há muito tempo ou é temporária, relacionada a algum fator desencadeante. O mesmo deve ser observado para contextos específicos ou gerais em que a timidez ocorre. É se é nítida a sua ansiedade perante tais situações de exposição social.

Existem várias definições científicas para a timidez, entre elas estão as seguintes: "sensação de impotência para atuar na presença de outra pessoa", "medo crônico de fazer algo pela falta de confiança em si mesmo e nos demais". O importante é buscar ajuda sempre, nunca fazendo uso de álcool ou drogas para aliviá-la, isso é frequente em jovens.

Embora você tenha cultura e informação, acredito que fatores subjetivos como a sua provável baixa autoestima, ou então, a sua autopercepção do ambiente (medo de ser avaliado ou julgado por terceiros) ou autocrítica (será que eu tive uma performance satisfatória perante terceiros?) sejam intensos ou rigidamente estruturados. Isso deve ser trabalhado em nível de psicoterapia.

É importante procurar nunca esconder os possíveis defeitos e sim enfrentá-los com coragem e até bom humor. Erros são humanos, ninguém, por mais brilhante que seja, é perfeito. Torna-se fundamental as pessoas aceitarem-se como elas são, sem comparações, admitindo os seus limites e buscando soluções criativas para superá-los.

Buscar adquirir confiança em si mesmo e nos outros também é uma tarefa a ser buscada, um exercício contínuo. As sucessivas habituações (perante exposições repetidas ao estímulo temido) também devem ser feitas. A fuga e o isolamento só pioram o quadro, infelizmente. Hoje, a medicina comportamental tem o chamado treinamento de habilidades sociais que pode ser praticado.

Quando a timidez torna-se excessiva e persistente, em vários contextos ou situações, chegando a ponto de incapacitá-lo, é importante você procurar uma ajuda psicológica. Há um transtorno mental conhecido como fobia social que precisa de um diagnóstico precoce e preciso.

Atenção!

Esse texto e esta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um médico psiquiatra e não se caracterizam como sendo um atendimento.