por Blenda de Oliveira
"Tenho uma filha de 19 anos que não nos respeita mais desde os 15 anos. Ela trabalha e tem seu próprio dinheiro, mas não nos ajuda em casa e nem colabora com nada. Como devo me impor?"
Resposta: Talvez tenha chegado o momento de propor a sua filha que comece a pensar em como conseguirá manter-se, pois logo, logo terá que encontrar seu lugar para viver. Isso quer dizer que vocês poderão marcar a época em que ela sairá de casa. Não interessa se irá demorar dois anos, mas a possibilidade precisa ser ventilada e abordada. Enquanto isso, vocês poderão estabelecer algumas regras.
Estabeleça regras, mas com bom senso
Por exemplo: se o quarto dela é arrumado por você ou por outra pessoa que trabalhe em sua casa, a partir de agora ela não terá esse benefício ou para retomar o benefício pode cooperar com algo: cumpre uma tarefa ou ajuda com dinheiro. Nessa idade o trabalho para muitos ainda não significa que deve ajudar em casa; o que ganha serve apenas para ser gasto com suas próprias necessidades.
Outra possibilidade é combinar que daqui em diante, ela terá de bancar as coisas que usa. Você manterá casa, comida e roupa lavada, todo resto é ela que custeia. Claro, é preciso ter bom senso para avaliar se o salário dela é compatível com esse combinado. Dessa maneira nunca deve ser feita qualquer proposta no meio de uma briga. Você deve conversar com ela com calma, mas com a certeza que irá cumprir. Um dos fatores que levam ao desrespeito entre pais e filhos é a distância entre o que é dito e o que é realizado.
Filha (o) às vezes "pede" aos pais ajuda para crescer
Tente mudar o padrão da relação não peça as mesmas coisas, evite os confrontos, mas tenha uma ação firme e de acordo com o que propôs. Sua filha talvez esteja pedindo que vocês a ajudem a crescer, já que ela parece muito amedrontada. Suas atitudes dão a ela a ilusão que está com o controle em suas mãos, por isso desdenha e despreza o pedido de ajuda vindo de vocês. No fundo teme, embora se mostre destemida.
Não se intimidem, ponham as regras e mostrem que a forma como ela escolheu agir tem consequências, uma delas é perder alguns privilégios. É natural que ela queira o dinheiro para ela, entende que vocês não precisam. Os pais, para ela, continuam, deuses, plenos e capazes de se doarem ininterruptamente. Ela é como um bebê que mama sem parar e tem a experiência que aquele seio é inesgotável. Ajudem no amadurecimento dela e combinem que daqui para frente terão que mudar o jeito de conduzir as coisas.