por Flávio Gikovate
O fenômeno da vaidade contamina nossos vínculos afetivos primários (pai e mãe).
Meninos e meninas – e mais tarde jovens e adultos – buscam sinais de afeição nos pais e também sinais de admiração; desejam extrair deles frases exclamativas que lhes façam se sentir especialmente considerados.
Pavor de rejeição e de não serem admirados se transformam numa coisa só e sinais de admiração passam a ser entendidos como prova de amor.
As competências especiais dos filhos para os estudos e para os esportes, por exemplo, enchem o coração dos pais de alegria; se sentem orgulhosos, especiais, por serem pais daquela criança tão bem dotada.
Assim, a vaidade dos pais se abastece através da maneira de ser dos filhos. Todos querem ter filhos bonitos e se inflam quando, ao passarem com eles, ouvem frases do tipo: "mas que criança linda!" Desfilam com sua cria do mesmo modo como levam para a rua um cachorro de raça especial e que também chama a atenção.
Por outro lado, os filhos precisam sentir orgulho dos pais, o que é vaidade e não tem muito a ver com afeto. Os pais precisam se orgulhar dos filhos, pura vaidade que derivará do modo de ser e de se destacar deles.
Assim, dar motivo de orgulho aos pais passa a ser prova de amor dos filhos por eles.