por Saulo Fong
É comum encontrar algumas pessoas que rejeitam um ou ambos os pais. Percebemos essa rejeição através de frases como: "Não serei como meu pai e/ou minha mãe" ou "Sou melhor que meu pai e/ou minha mãe".
Esse tipo de atitude demonstra uma postura de superioridade do filho(a) sobre os pais que pode ocasionar tensões. Todos as interações humanas são relacionamentos que possuem vínculos. Percebemos esses vínculos através das sensações. Quando um vínculo está sob tensão uma ou ambas as pessoas no relacionamento podem se incomodar com pequenas atitudes que não incomodariam se não houvesse essa tensão.
Um dos fatores que causa essa tensão no relacionamentos, principalmente entre pais e filhos, é quando há uma mudança na ordem, ou seja, quando os filhos se sentem superiores ou maiores que os pais. Esses filhos colocam-se em uma posição superior aos pais, como se eles próprios fossem mais experientes no viver. Entretanto, essa mudança de ordem não condiz com os fatos. Foram os pais que deram a vida ao filhos e não o contrário.
Há diversos efeitos que essa atitude pode ocasionar na vida de um filho. Muitas dessas pessoas acabam adotando os mesmos comportamentos que tanto repudiavam nos pais quando se tornam adultas. Esse padrão muitas vezes ocorre por uma lealdade inconsciente a um dos pais. Alguns filhos se autossabotam nos relacionamentos, na profissão e até mesmo na saúde, se colocando em situações que os fazem necessitar da ajuda de seus pais, como por exemplo, uma doença ou um fracasso financeiro.
Essa rejeição aos pais ocorre muitas vezes devido a algum desconforto ou dor vinda dessa relação entre eles. Trabalhar terapeuticamente essa situação ajudará a pessoa a compreender melhor os pais e tomar consciência dos possíveis padrões que ela mesma possa estar adotando inconscientemente.
Apenas julgar as atitudes de nossos pais é o meio mais eficiente de repetir seus comportamentos. Tomar consciência da razão de nossos pais serem do jeito que são, é a melhor forma de nos ajudar a aceitá-los e de fazer com que tenhamos a escolha de repetir ou não um padrão de comportamento adotado por eles.