por Alex Botsaris
Num dos meus *livros, ao especular que as doenças parecem se comportar como os sistemas caóticos, acrescento que dar uma flor a um paciente pode ajudar na sua cura.
Realmente flores estão entre as coisas mais belas e misteriosas que a natureza colocou sobre a face da Terra. Há aproximadamente noventa anos, o médico, bacteriologista, cirurgião e especialista em saúde pública Edward Bach andava pelas alamedas floridas de um hospital dos subúrbios de Londres quando teve uma a idéia genial de buscar nas flores medicamentos que poderiam revolucionar a medicina.
Eduard Bach havia sido convocado a atuar como médico durante a Primeira Guerra Mundial e acabou doente após jornadas intermináveis de trabalho, onde se alimentava e dormia mal. Seguiu-se uma cirurgia de urgência para estancar um sangramento que não respondia aos tratamentos da época, com todas as complicações infecciosas e seqüelas dolorosas que costumavam ocorrer em seu tempo. Seus colegas cochichavam pelos cantos que seu prognóstico era ruim e que ele viveria pouco.
Bach ficou muito desiludido com a capacidade da medicina de produzir resultados, em casos como o seu, e estava insatisfeito com a debilidade de sua própria saúde. Resolveu então voltar-se para a pesquisa de vacinas para bactérias intestinais, que ele acreditava na época, ser uma forma de melhorar a imunidade dos pacientes. Sua dedicação a pesquisa fez suas forças retornarem e sua saúde melhorar, o que chamou sua própria atenção. Dessa experiência ele concluiu que estava nas emoções, a forma de influenciar positivamente a evolução das doenças. Determinado a encontrar um meio de atuar no universo emocional de forma mais eficiente, ele mergulhou numa nova busca. Bach passeava nos jardins do hospital pensando no seu novo desafio quando teve seu insight.
Ele resolveu abandonar os métodos científicos clássicos e seguir seu instinto, testando as flores que intuía serem as mais ativas. Ele trabalhou, em seguida no London Homeopatic Hospital onde encontrou afinidade entre suas idéias e as de Samuel Hahnemann, fundador da homeopatia, o que deu mais impulso a sua pesquisa. Em 1934 ele se mudou para uma pequena cidade rural, Mount Vernon, onde descreveu mais 19 florais, completando assim as suas 38 essências para os estados emocionais.
Desde o momento que começou a divulgar seu novo método de tratamento em 1932, Bach foi contestado pelo Conselho Médico Britânico. Mesmo assim seu método se popularizou sendo adotado por diversos médicos de diferentes regiões da Inglaterra. Por isso, mesmo após a sua morte em 1936, seu método foi perpetuado e se tornou popular. Os 'remédios do Dr. Bach' foram utilizados ao longo de mais de 50 anos, na Inglaterra, quando o interesse em medicina complementar fez essa tradição se espalhar pelo mundo. Muitos médicos, psicólogos e terapeutas escreveram sobre resultados que consideravam surpreendentes, com o uso de florais.
Os florais se propõem a tratar principalmente a esfera psíquica e emocional dos pacientes. O Dr. Bach acreditava que toda doença começa na esfera emocional, e sem tratá-la não é possível atingir a cura. Por isso estão organizados conforme os estados emocionais onde atuam.
Essa história consistente fez o Programa de Medicinas Tradicionais da Organização Mundial da Saúde incluir os florais de Bach entre as práticas terapêuticas que o programa reconhece como tradicionais e que recomenda que seja investigada e aplicada em atendimento médico primário. Sua globalização fez com que, os diferentes grupos que trabalham com florais pelo mundo, descrevessem essências de seus próprios ecossistemas, chegando a mais de 250 flores diferentes.
Hoje em dia é possível encontrar tratamento com florais de Bach em quase todos países desenvolvidos no mundo. Existem profissionais, sociedades e produção de essências florais com alta qualidade. Vários grupos de profissionais têm contribuído para a descoberta de novos florais. O vácuo que ainda existe, é que a pesquisa de como funcionam os florais é muito incipiente. Mesmo que já se conheça muito sobre os óleos essenciais das flores, como eles atuam através da terapia floral ainda é um mistério, o que dificulta a aceitação dessa terapia no meio médico.
*Livro Sem Anestesia
Atenção! Esse texto e esta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um médico e não se caracterizam como sendo um atendimento