As causas da fobia social geralmente se encontram em uma infância em que ocorreu a “desqualificação” da criança pelos seus cuidadores ou pode estar em componentes genéticos, de personalidade

E-mail enviado por um leitor:

“Eu sofro de fobia social. O que preciso fazer para superar esse problema? Preciso procurar uma terapia de grupo? Há necessidade de tomar algum tipo de medicação? Por favor, me ajude, isso me angustia muito. Obrigada.”

Resposta: A fobia social, que é um tipo de transtorno que impede o relacionamento com outras pessoas, é realmente um problema muito doloroso.

As causas geralmente se encontram em uma infância em que a “desqualificação” da criança pelos seus cuidadores geraram uma enorme insegurança em si mesmo.

Quando a pessoa se torna adulta, essa insegurança se manifesta no medo de se relacionar, pois, inconscientemente, ela acredita que os outros vão ridicularizá-la ou mesmo colocá-la para escanteio em qualquer situação.

Claro que há componentes genéticos, de personalidade, influenciando, mas no núcleo do problema estão as falsas imagens de si mesmo, que estão profundamente enraizadas.

Fobia social tem cura?

Uma boa terapia de grupo, precedida por uma terapia individual é, sem dúvida, um caminho para se livrar dessa situação. Em quadros mais severos, pode-se usar medicação, mas não é a regra.

A descrição do quadro de fobia social pela psiquiatria se caracteriza principalmente pela dificuldade (MEDO) de falar em público.

Mas há variações desse quadro, como por exemplo, no lugar de falar em público, o sintoma seria o de escrever.

A origem dessa fobia a respeito do medo de escrever em público, dúvida já enviada aqui para o Vya Estelar, em geral, está relacionada a algum episódio traumático vivido pela pessoa no passado e reprimido em seu inconsciente.

Assim, a solução do problema passa por fazer uma boa avaliação de episódios ocorridos na vida da pessoa, procurando a origem do sintoma, começando a pesquisar exatamente quando e onde ele começou.

Certamente, não é fácil para uma pessoa fazer isso sozinha, mas talvez uma boa terapia seja a alternativa para se encontrar a origem desse conflito, dessa angústia, que se manifesta através de um “simples” sintoma.

Atenção!
Esta resposta não substitui uma consulta ou acompanhamento de um médico psiquiatra e não se caracteriza como sendo um atendimento.

Eduardo Ferreira Santos

Psiquiatra e psicoterapeuta. Obteve Titulo de Mestre em Psicologia Clínica pela PUC-SP e o de Doutor em Ciências Médicas pela Faculdade de Medicina na USP. Escreveu os seguintes livros sobre relacionamento amoroso: Casamento missão (quase) impossível; Ciúme: O medo da perda; Ciúme: O lado amargo do amor