por Lilian Graziano
Começo este artigo perguntando: o que te faz tão bem ao ponto de querer executar uma determinada tarefa diariamente, mesmo sem receber nada por isso?
Responder a essa questão nos leva ao conceito de flow, que significa fluidez ou fluir (estado de concentração total que leva à gratificação na execução de uma tarefa, de forma que os resultados – e até mesmo a remuneração – sejam apenas consequências) que pode significar um sábio atalho para a felicidade. O prazer ao trabalhar, atividade que toma cerca de 40% do nosso dia é um fator a ser levado em conta em nossa difícil missão de ser feliz.
Às vezes não é necessário voltar o olhar à tarefa em si, mas à forma como a executamos, que pode nos levar a uma visão mais positiva e gratificante sobre a profissão/trabalho que exercemos. No Coaching Positivo, ressignificar esse trabalho é identificar o que está ou não ao nosso alcance modificar para obtermos mais prazer e gratificação; é uma forma de ter clareza sobre o que gostamos ou não de fazer; estabelecer, de modo prático, cenário e ações propícios a melhorias. Também nos ajuda a identificar que importância damos à questão ao ponto de essa ser um obstáculo para uma vida plena em outras esferas de nossa existência.
Ressignificar, reconstruir, olhar com outros olhos e até, em casos extremos, mudar de profissão, encarando com paciência e otimismo as etapas necessárias para tal transição: tudo isso é permitido e não deve ser visto com preconceito ou resistência no caminho em busca de maior bem-estar, mesmo que nossa tendência seja a de pensar: Por que não vimos isso antes, lá na escolha de nossa carreira?
Obviamente, no momento da escolha, não temos todos os subsídios necessários para fazermos nossas opções. Poucos são aqueles que procuram ou têm acesso a orientação profissional a respeito – e ainda mais raros são os casos em que uma vocação desponta ao ponto de ser possível projetar com segurança uma excelente relação entre trabalho e bem-estar.
Ainda há as condições do mercado, diferentes filosofias para um mesmo trabalho/profissão – é tudo tão plural que nos permite questionar de fato a essência e papel da carreira escolhida, das tarefas executadas e seus resultados. Mas não temos maturidade para fazê-lo, quando a uma certa idade, somos obrigados a escolher o que exerceremos para o resto de nossas vidas. Tudo o que nos influencia muitas vezes, é somente a opinião da família e a remuneração possível. Contudo, poderíamos perfeitamente fazer essa escolha, caso nos conhecêssemos melhor.
É preciso lembrar que nada nos afasta de obstáculos e desafios, nem mesmo as escolhas mais acertadas. Mas fazer algo de que gostamos torna mais fácil a transposição de qualquer barreira. E cada tarefa/trabalho/profissão que tem seu valor, função social, traz um aprendizado inconteste. Fiquemos com o exemplo dos limpadores de janelas da empresa American National Skyline. Limpar janelas, uma atividade impensada como profissão para alguns, tornou-se extremamente gratificante para os funcionários dessa companhia.
Vestir-se como super-heróis para higienizar os vidros do Le Bonheur Children’s Hospital, em Memphis, Tennessee, Estados Unidos, fez com que os limpadores, terceirizados, tornassem o cotidiano hospitalar de diversas crianças mais feliz. E certamente enriqueceu o dia a dia desses profissionais. Mire-se nesse acontecimento e encontre a "fantasia" certa para enriquecer o seu cotidiano profissional. E, com a reflexão e as perguntas certas, alcance mais felicidade no trabalho (e consequentemente em outros contextos de sua vida). Conte com a ajuda da Psicologia Positiva para mais esta jornada rumo ao seu bem-estar.