Formas de vida eventualmente superiores em manifestação podem estar nos permeando. A percepção limitada, captada pelos cinco sentidos, impede o processo de aproximação e conhecimento de uma ‘realidade pura’?
Procurar por vida no cosmos tomando como referência a vida na forma como experimentamos (biologia) certamente é válido na medida em que precisamos de referenciais de partida para esta empreitada. Assim, os itens descritos pelas agências espaciais como a NASA para indicadores de vida (água, carbono, fósforo, nitrogênio, energia, entropia e informação) servem como atual referência sob o ponto de vista científico.
Por outro lado, é importante lembrar qual a porcentagem do cosmos que representa os constituintes da vida tal qual a conhecemos e, por um breve instante frente à equação de Drake, permitir ao pensamento conceber a vida não apenas enquanto substância (matéria bariônica), mas como essência consciente que eventualmente possa habitar outros estados que incluam, por exemplo, aqueles hoje compreendidos como matéria escura e energia escura.
Formas de vida superiores podem estar em volta de nós
Há honestidade e validade em buscar a vida que se nos assemelhe na forma de manifestação, mas existe implícita arrogância em não perceber ou permitir que formas de vida eventualmente superiores em manifestação possam nos estar permeando. Para tal, seria suficiente alguma permissividade a formas de pensar menos convencionais. A literatura de ficção científica contribui de maneira fundamental enquanto estrutura de fundo para esse pensar puro e menos preconceituoso.
A percepção limitada dos 5 sentidos para captar a realidade
Os cinco sentidos compõem nossos recursos de acesso ao mundo sensível. Consideremos, por um instante, que o universo não se restrinja ao mundo sensível e que os sentidos impeçam o processo de aproximação e conhecimento da realidade pura. Extrapolemos isso ao desenvolvimento tecnológico atual voltado para a pesquisa da vida no contexto cósmico. Os limites deixam de restringir ao lembrarmos que a própria efemeridade da existência impõe uma forma de limite temporal ao qual ideias e realizações podem sobreviver ao contrário da forma material que as concebeu.
Seriam as ideias formas de seres vivos que, uma vez postos em movimento, agem sobre o mundo manifesto dando forma e sentido concretos ao mundo que as precede (mundo do pensamento)? Seria então a vida uma característica desta outra realidade, sendo nossa existência apenas uma das formas de sua manifestação? Se houver alguma verdade nestas perguntas talvez o filósofo pensador seja um mediador e pesquisador relevante no processo de aproximação, conceituação e criação da vida.