por Elisa Kozasa
Hummmmmm! Quando sentimos o cheirinho de um bolo saindo do forno, ele pode despertar fome, mas também pode nos trazer importantes lembranças como a casa da vovó, a imagem dela cozinhando e preparando um bolinho quentinho só porque fomos visitá-la, a sensação gostosa do abraço dela… E ao ler este texto, talvez você se lembre de alguma cena da infância parecida com esta e reviva os momentos e as sensações…
Quando nos lembramos de alguma cena do passado, vem não só a imagem na nossa mente, mas também as sensações, sentimentos, emoções positivas ou negativas. Essas sensações causam mudanças corporais como: alterações nos batimentos cardíacos, um nó no peito, uma vontade de sair correndo, ou dependendo da cena, até mesmo uma forte vontade de dar risada, mesmo estando sozinho.
Com o corre-corre do dia a dia, as experiências vão acontecendo, causando repercussões positivas ou negativas em nós e muitas vezes não temos tempo para recuperar o real significado delas em nossas vidas.
Pensando nisso, tenho pessoalmente o hábito de estar com minha câmera nos momentos que sinto que serão importantes para mim. Não necessariamente eventos especiais, mas até mesmo em encontros cotidianos com os amigos. Outro hábito que tinha com mais frequência no passado, era fazer um breve diário (que às vezes virava “semanário”). Mas a ideia das fotos é muito prática e sintética.
Há dois dias resolvi elaborar um pequeno álbum apenas com aquelas fotos mais representativas dos últimos anos. Escolhi um álbum pequeno com 60 páginas, em que cabe apenas uma foto por página, para que realmente eu pudesse expressar minhas percepções mais importantes, e para que em cada página pudesse focalizar apenas uma cena e envolver-me com ela (acho que isto faz parte das práticas de meditação que tanto aprecio…).
Isso parecia difícil em um primeiro momento, pois foi um exercício de seleção de cenas dentre centenas, foi uma prática que levou à significação das fotos (e as cenas que elas representam), recordação, e percepção do que realmente foi (e é) importante. Decidi também não fazer um álbum digital, pois desta forma eu poderia trabalhar com mais sentidos, como por exemplo pegar cada foto selecionada e impressa, colar cuidadosamente na posição mais adequada. Hoje, ele não está com todas as páginas preenchidas (e nem era este o objetivo), mas cada página selecionada realmente é cheia de sentido!
Está sendo um exercício para percepção do que realmente estou fazendo, o que realmente é importante, e quem realmente é importante nesta vida!
Abaixo de cada foto escrevi manualmente uma pequena frase ou palavra, o que senti que deveria escrever, ou até mesmo um desenho complementar.
Isso é uma ótima preparação este novo ano, para que realmente eu possa com mais lucidez continuar minha jornada. Fica aí essa sugestão.
Dicas de leitura:
Cahill L, Prins B, Weber M, McGaugh JL. Beta-adrenergic activation and memory for emotional events. Nature. 1994 Oct 20;371(6499):702-4.