Da Redação
Muitas vezes a sociedade impõe padrões que nem sempre são alcançáveis.
Pode ser um corpo escultural, ou então conseguir lidar com emprego, família e vida social, tudo de uma vez, sem um deslize. Nisso, também percebe-se a questão do machismo enraizado tão profundamente na população, que nem sempre é identificável de primeira.
Pequenos comentários como “Você fica melhor sem maquiagem!” ou “Que linda! Parece uma princesa!” podem parecer inofensivos, mas alimentam um comportamento de vaidade e objetificação da mulher para sempre estar bonita (mesmo que ‘naturalmente’), apresentável, e aguentar (comportadamente) os procedimentos e rituais para se conseguir tal feito. Além disso, se coloca que o único valor feminino, é a aparência.
Ainda, outros pensamentos como “Vestida desse jeito…você estava pedindo” ou “Se não quer que eu olhe, por que se veste desse jeito?” são ainda mais perigosos. Insinuam que a culpa pelas ações de terceiros é da vítima, e mostram que o respeito ao corpo do outro é nulo.
Em situações assim, no qual a enraização do pensamento é tão profunda, é importante quebrar o estigma logo cedo. O feminismo e empoderamento feminino não são apenas para trazer igualdade de direitos entre homens e mulheres, mas também acabar com pensamentos como esses, que estão em diversas famílias e na criação das crianças, nos pensamentos não apenas de homens, mas de mulheres também.
Fonte: Beatriz Cortes é psicóloga e autora do livro “Meu doce azar”, Editora Novo Século, 384 páginas.