por Roberto Santos
Preocupar-se com os motivos de desligamento de empregos anteriores é uma atitude estratégica e madura pois, via de regra, este tema faz parte do roteiro dos selecionadores. Porém, em sua consulta pode-se ler — será que eu falo a verdade? isso vai me prejudicar?
Na realidade, durante toda entrevista cabe a dúvida quanto à sinceridade que deve-se adotar: falo das minhas dificuldades e pontos fracos? Escondo aqueles seis meses que eu fiquei desempregada?
Além do esforço e energia gastos para se fingir o que não se é, se contratada, a pessoa poderá se deparar com a verdade vinda de alguma fonte que se confrontará com sua história.
Com relação ao caso específico dos motivos de sua recente demissão, além da decisão sobre falar ou não a verdade, creio que há uma diferença grande entre “motivos pessoais” e “perseguição” do chefe. Motivos pessoais incluem vocês dois, enquanto que “perseguição” pelo chefe é uma acusação ou suspeita sua da motivação dele.
Acho que você mencionar diferenças pessoais entre vocês é algo bastante natural e possível em relações de emprego e tratá-las com objetividade na entrevista revelará uma transparência positiva. Por outro lado, acusar o ex-chefe de perseguição pode ser problemático, pois não há o direito de defesa e a leitura que pode ser feita pelo selecionador é de uma suspeita de que o chefe poderia ter razão ou de que você tende a falar mal de seus ex-chefes.
Reflita, acima de tudo, qual sua parcela de culpa nos conflitos pois, como dizia minha avó, quando um não quer, dois não brigam.
Boa sorte!