por Flávio Gikovate
O pavor da rejeição de deixarmos de ser objeto do amor de determinada pessoa, que nos é muito significativa e especial, nos acompanhará ao longo de toda a vida; a menos que sejamos capazes de tolerar melhor o desamparo, que é próprio de nossa condição.
É só nestas condições que poderemos nos livrar daquelas pessoas que usam nossa fraqueza sentimental como meio de nos tiranizar. O esforço é enorme e os obstáculos difíceis de serem ultrapassados, uma vez que grande parte de nós é educado para ser fraco e dependente.
Lá pelos 8-9 anos de idade, nos sentimos diretamente mais seguros e capazes de ousar um pouco mais diante da vida e agir segundo nossas convicções; assim, outra barreira limitadora começa a se construir. Em virtude do prazer exibicionista, que pede olhares positivos de admiração, se torna muito difícil termos atitudes que não sejam aprovadas pelo grupo social como um todo. Nos preocupamos em agradar também pessoas que não significativas do ponto de vista emocional. Seus olhares de censura provocam a sensação de desprestígio, humilhação derivada da ofensa à vaidade.
O desprestígio se distingue da rejeição pelo fato da reprovação não advir de pessoas emocionalmente significantes; e também por que não implica em rejeição e sim em humilhação. Ou seja, não provoca a sensação de desamparo, mas nos faz sentir por baixo.
Na medida em que nos tornamos um pouco mais independentes de nossos pais, nos tornamos mais dependentes de vizinhos, das outras crianças, dos professores etc.