Da Redação
Vários estudos demonstram que a maioria das gestações não é programada pelo casal, e esse fator traz muitas consequências negativas para o casal e o bebê.
“Já está comprovado que a maioria dos traumas dos adultos foi originada nos primeiros meses de gestação, exatamente a fase em que a mamãe descobre que está grávida. É nesse período que os casais mais discutem e brigam, por diversos motivos: gravidez não programada ou indesejada, problemas financeiros, familiares, dentre muitos outros”, afirma o ginecologista e obstetra Domingos Mantelli.
Se a sua gravidez não foi programada, não se desespere, o ginecologista dá algumas dicas para você ter uma gravidez mais tranquila e saudável.
1 – Casais que brigam, discutem, gritam e ofendem-se durante esse período de gestação, passam todos esses sentimentos e emoções negativas para o bebê, que inconscientemente incorpora-os, e isso irá repercutir futuramente na sua vida adulta, aparecendo como traumas e inibições e muitos problemas psicológicos aparentemente sem origem. Por vezes até um perfil psicótico ou psicopata pode ter tido origem durante a fase da gravidez.
Dica: Tente sempre conversar com o seu parceiro para não se estressar e não passar esses sentimentos negativos para a criança.
2 – Outro fator muito comum e importante, é a gestante que rejeita a gravidez nos primeiros meses. Ela chora muito e muitas vezes chega até a falar sobre abortamento com o parceiro. Isso tudo, além dos traumas para o inconsciente do bebê, causa uma série de consequências para a gestante. Muitas vezes ela encontra-se clinicamente sem alterações, mas mesmo assim apresenta sinais e sintomas como vômitos, náuseas, sangramento vaginal, fortes dores, cólicas, contrações, cefaleias, sem causa aparente. Isso nada mais é do que um mecanismo inconsciente da mãe para tentar expulsar essa gravidez indesejada. Vale lembrar que a maioria das gestações são aceitas e não programadas.
Essa mulher terá, portanto, uma gravidez muito mais problemática, cheia de sintomas e alterações, além dos muitos traumas que seu bebê poderá ter na vida adulta. Com três semanas de gestação o coração do bebê já está batendo, e com sete semanas inicia-se o desenvolvimento do seu sistema nervoso, e o bebê já começa a responder a estímulos externos. Se a mamãe leva um susto por exemplo, esse bebê já responde fisicamente com um aumento em sua frequência cardíaca ou aumentando sua movimentação, mostrando claramente que ele também sentiu o que a mamãe sentiu.
Com apenas oito semanas (dois meses) de gestação e cerca de três centímetros, o bebê já tem todos os tecidos e órgão formados. Daqui pra frente, ele somente vai amadurecer.
Dica: Olhando a gravidez por esse prisma, tente diminuir ao máximo esses mecanismos de rejeição fetal e suas consequências. Para isso, existem inúmeras técnicas que o obstetra pode lançar mão, para juntamente com o casal, e com um pré-natal bem feito, lograr êxito nessa batalha contra a rejeição fetal e seus traumas provocados na vida adulta. Uma dessas técnicas é o feedback positivo.
Mas o que seria esse feedback positivo?
Feedback positivo consiste em dizer palavras carinhosas, elogios, transmitir amor e carinho para o seu bebê, ainda dentro do ventre materno.
Já está mais do que comprovado que os bebês, mesmo em fase inicial de gestação, têm o poder de compreensão, mesmo que inconsciente, e sentimentos próprios. Portanto esse inconsciente absorve tudo o que a gestante sente ou fala, bem como tudo o que acontece ao seu redor do lado de fora da barriga. E não é só isso. Tudo que é ingerido pela gestante, também repercute não só na parte física do bebê, como também na esfera psicológica do adulto.
Como exemplo: um caso de um bebê que passou a gestação inteira ouvindo uma pessoa brigando e gritando com sua mãe. Ao nascer, sempre que essa pessoa que brigava se aproximar e a criança ouvir sua voz, ela irá começar a chorar e a se desesperar, e ninguém entenderá o motivo. Simples: a criança ficou com aquela voz gravada no seu inconsciente, sempre brigando, gritando, associando-a a momentos ruins, daí ao ouvi-la novamente, a criança chora e se desespera.
3 – Passe a mão com carinho sobre o ventre/abdômen, tanto a própria grávida quanto o papai do bebê, dizendo palavras agradáveis e bonitas para o futuro filho. Isso é um ótimo feedback positivo. Além de criar e estabelecer um vínculo afetivo entre pai, mãe e bebê, faz com que o filho já reconheça a voz dos pais e a associe a momentos felizes. Isso possibilita o nascimento de um ser humano com muito mais saúde física e psicológica.
4 – É importante também a gestante evitar frequentar lugares muito barulhentos, dando preferência a escutar músicas calmas ao invés de músicas agitadas.
Evitar o estresse é fundamental. Ele é um dos grandes responsáveis por uma gestação turbulenta e agitada e também por um bebê agitado e com problemas psíquicos futuros.
5 – A gestante deve procurar tratar o seu bebê dentro da barriga, da forma como ela o trataria após ele já ter nascido, ou seja, com todo amor e carinho que ele merece, pois dentro da barriga, ele já sente tudo e absorve tudo, desde o início de sua formação. E nesse ponto a participação do pai e dos familiares é indispensável, dando apoio à gestante e carinho ao bebê.
6 – Uma gestação sem ansiedades ou medos, garante um futuro adulto com menos traumas, mais confiante e tranquilo.
7 – Outro momento de extrema importância é o parto. Normal ou cesárea? Como? Onde? Quando? Independente desses questionamentos acima, o momento do parto também tem que ser especial, afinal de contas, será um dos momentos mais importantes e felizes de toda a vida da mulher e do futuro papai. Então é importante, tanto os pais como o obstetra e sua equipe, proporcionarem para que esse momento seja único e especial, para que o bebê venha ao mundo em um ambiente agradável, menos hostil e seja muito bem recebido com todo amor e carinho. E como isso pode ser feito? Através de um parto mais humano.
“Veja bem, eu disse mais humano e não humanizado. Parto humanizado é o termo utilizado para denominar o tipo de parto recomendado pela Organização Mundial de Saúde, e esse tipo de parto deve realmente ser estimulado, porém um parto mais humano, diz respeito à parte psicossomática desse parto, com uma participação ativa do casal, silêncio da equipe médica ao nascimento, feedback positivo ao nascimento dado pelos pais, ao som de uma música relaxante (de preferência a mesma utilizada durante o pré-natal para fazer relaxamento), dentre outros métodos empregado pelo obstetra e sua equipe, para tornar esse momento o mais agradável e menos traumático para os pais e principalmente para o bebê”, explica o médico.
Dica: Cabe à gestante e às pessoas que acompanharem o parto, fazerem com que ele seja muito especial e o menos traumático possível para todos. O relaxamento durante a gestação é de suma importância para o bem-estar materno-fetal. Isso inclui exercícios físicos para gestante, seções de meditação, leituras, músicas suaves e exercícios de respiração.
Essas mesmas técnicas também devem ser colocadas em prática no momento do parto.