por Renato Miranda
No texto anterior (clique aqui e leia), abordamos sobre o seguinte conflito: “Se é senso comum os benefícios dos exercícios físicos por que o sedentarismo ainda é um desafio difícil de ser enfrentado?”
Se for uma boa resposta afirmar que o hábito da prática do exercício físico desde a tenra idade, é o que proporciona um comportamento ativo, algumas pessoas me perguntaram: Como realmente o hábito do exercício físico pode manter um comportamento ativo por toda vida? Já que muitos atletas, profissionais e amadores, depois que abandonam ou se aposentam do esporte tornam-se obesos e sedentários.
Nós sabemos e algumas vezes conhecemos casos de atletas amadores que têm atitudes de profissionais. Resguardam-se, cuidam de sua alimentação e por que não dizer da própria imagem, mesmo sendo desconhecidos do grande público. Além disso, fazem da prática do exercício físico um estilo de vida.
Por outro lado, são inúmeros os casos de atletas profissionais que agem como se fossem praticantes (indisciplinados!) de esporte amador. Embora talentosos, se comportam exatamente como não deveriam.
Por trás dessas duas considerações, residem a base de minha resposta. Ora, se falamos dos hábitos como a matéria-prima do comportamento, não é somente a atividade de atleta (profissional ou amador) que irá garantir uma vida composta de exercícios físicos regulares, muito embora a atividade esportiva possa vir a ser um motivador.
Em pressuposto, ex-atletas têm uma forte tendência para um comportamento ativo frente àquilo que chamamos de rotina de exercícios físicos.
Mas observe que estamos falando de uma tendência. Se desde a tenra idade, e é sobre isso que escrevemos anteriormente, a pessoa desperta de forma consciente para a importância do exercício físico e hábito de comer alimentos saudáveis e se na adolescência essa consciência se solidifica, dificilmente nesse caso não teremos uma pessoa ativa fisicamente por toda a vida.
Atletas que desde o início de sua carreira aprendem de forma consciente sobre a importância do exercício físico, mesmo depois da aposentadoria, continuam a se exercitar constantemente.
Naturalmente a intensidade, o rigor e os tipos de treinamentos (aqui essa palavra é mais uma forma de uso para evitar redundância e simplificar do que propriamente o que ela significa, já que estamos falando de rotina de exercício físico) são totalmente flexíveis, diferente e infinitamente mais suaves.
Não obstante, um ex-atleta pode virar um praticante amador de outra modalidade qualquer. Um ex-atleta de vôlei pode muito bem se tornar um praticante de tênis, de trekking (caminhadas na montanha), natação ou qualquer outra modalidade ou simplesmente um praticante de ginástica.
Lembre-se, a saúde não é compulsória, não importa se um dia alguém foi atleta. Se ele (o atleta) não praticar exercício físico constante em pouco tempo (em torno de um mês) níveis concretos de condicionamento físico cairão bruscamente. E tão cedo como não se imagina, os efeitos do sedentarismo (obesidade, aumento da pressão arterial, perda da força muscular, etc.) aparecerão.
Portanto, não há mistério, exercício físico e alimentação saudável são hábitos adquiridos mais facilmente desde a infância, na adolescência solidificam o comportamento ativo e são os responsáveis por uma saúde perene. Sei que isso não é novidade. O desafio desta simples ideia é a prática.