por Alex Botsaris
A água é uma substância com propriedades tão especiais e maravilhosas, que não seria exagero chamá-las de divinas. Nosso planeta possui uma superfície com cerca de 70% da área coberta por água. Isso deu ao nosso planeta as condições para que albergasse a vida. No organismo humano, cerca de 70 a 75% do peso é água – ou seja, água, é de longe, a substância mais abundante em nossos corpos também.
A água, em estado líquido, possui características tão especiais como solvente que permite as substâncias terem um dinamismo químico que não é encontrado em nenhum outro líquido que se tem notícia. Por isso as substâncias, quando dissolvidas na água, podem ser modificadas de forma rápida e progressiva, gerando um processo chamado metabolismo, que culmina com a produção de energia química, essencial a nutrição das células e à vida.
A água não parecer ser tão abundante e comum em outros planetas, como é na Terra. Sabemos que é a presença de grandes quantidades de água sobre a Terra que limita as variações extremas de temperatura, tornando o clima do planeta ameno e mais apropriado à vida. Enfim, sobram evidências que sugerem que a água é o elemento essencial da natureza que permitiu que a vida surgisse e se desenvolvesse aqui.
Desde tempos remotos a água tem sido usada como terapêutica para tratar muitos males que afligem o ser humano. Médicos da antiguidade já tinham associado a ingestão de água contaminada com doenças graves como cólera e tifo. Foi também observado que as pessoas residentes em regiões com fontes de água mineral, possuíam mais saúde que as residentes nas cidades. Daí surgiu a hidroterapia, um tratamento que foi muito popular desde o século XVII até meados do século XX, mas o enorme avanço da industria farmacêutica tornou essa abordagem ultrapassada.
Na hidroterapia a água é o elemento essencial do tratamento, sendo ingerida, utilizada na forma de banhos ou ainda aplicada como vapor em saunas. Com isso surgiram as estâncias hidrominerais, locais com abundância de águas saudáveis e terapêuticas, onde os enfermos se hospedavam na esperança de se curar seus problemas de saúde. O avanço da química no século XIX permitiu demonstrar que as águas minerais possuíam elementos químicos, com sódio, magnésio, ferro e enxofre, que são essenciais à saúde, criando-se assim o conceito de águas especiais: águas tipo sulfurosa, ferruginosa, magnesiana, etc. Assim podemos considerar que a terapêutica usando a reposição de minerais e oligoelementos começou na hidroterapia.
Na virada do século XX, um francês chamado René Quinton inventou um tratamento, baseado em água do mar, que ganhou muita visibilidade. Considerando que a vida surgiu no mar, ele coletava água do mar há mais de 300 metros de profundidade para usar como medicamento.
Ele considerava essa água a fonte da vida. Ela era evaporada, esterilizada e diluída com água destilada para se tornar isotônica. Seu preparado chamado plasma de Quinton era utilizado para tratar várias doenças, em especial cólera e diarréia infantil, através de injeções subcutâneas do seu preparado. Esse tratamento reduziu enormemente a mortalidade por cólera e tornou Quinton famoso no mundo. Ele pode ser considerado o pai da hidratação parenteral. Ou seja, o soro que se administra na veia, hoje em dia, em qualquer paciente com doença mais grave. Quinton ainda demonstrou que a água do mar era uma excelente fonte de elementos essenciais ao organismo como o iodo.
Ao longo de todo século XX a água foi considerada produto de baixa importância e valor agregado, sem emprego diferencial na terapêutica, e sem interesse econômico ou conceitual. Agora essa visão está mudando, e há um crescente consenso que fontes de água de qualidade estão cada vez mais escassas e serão cada vez mais valorizadas no futuro. Isso motivou grandes empresas de alimento, como a Nestlé, a comprar fontes de água mineral em todo mundo.
Nos últimos 20 anos, o crescimento da medicina complementar também influenciou o interesse pela água e seus empregos como a hidroterapia. Uma modalidade nova desse tratamento, a hidrocolonterapia, inspirada na recomendação da medicina indiana de limpar o intestino periodicamente, para eliminar toxinas, tem se tornado popular nos Estados Unidos. Por outro lado, foi descoberto que a água é ideal para recuperar lesões e problemas do aparelho locomotor, porque dentro d’água a força da gravidade fica parcialmente neutralizada e é possível trabalhar os músculos com impacto mínimo para as outras estruturas. Assim surgiram novas técnicas de fisioterapia dentro d’água, também denominadas de hidroterapia que estão entre os meios mais eficientes para o tratamento de inúmeras doenças.
Mas o interesse não fica só por aí. Há uma tendência ao surgimento de terapias alternativas usando exclusivamente água como elemento principal do tratamento. A técnica de René Quinton foi resgatada e frascos de água do mar, coletada em grandes profundidades, têm sido vendidos como tratamento auxiliar de vários problemas como anemia, fraqueza, doenças degenerativas e estresse.
Um pesquisador japonês, Masaru Emoto, que focou suas pesquisas no campo da medicina alternativa, descobriu que diversas influências podem afetar o fenômeno de cristalização da água, quando se transforma em gelo. No inicio de suas pesquisas, Emoto mostrou que campos magnéticos de intensidade e orientação específica faziam os cristais assumirem formas diferentes. Entusiasmado com seu achado Emoto resolveu tentar outras fontes de ondas e fez experimentos com som. Ele expôs água da mesma fonte à Nona sinfonia de Beethoven ou a um ruído de máquinas de uma fábrica. A água submetida à Nona sinfonia congelava formando lindos cristais hexagonais, enquanto aquela que cristalizava com ruído de máquinas tinha cristais amorfos e sem beleza ou simetria. Masaru Emoto ainda fez pesquisas com emoções e palavras. Segundo ele, a água benta, ou influenciada por amantes dizendo a palavra amor, tem cristalizações diferentes e específicas.
O pesquisador japonês escreveu um livro chamado “Messages from Water” (mensagens da água) onde propõe que a água seja capaz de armazenar informações e isso pode influenciar na saúde e na fisiologia do organismo humano, incluindo nas suas emoções. Entretanto as idéias de Emoto são vistas com ceticismo pelo mundo científico e pela medicina. No rastro das idéias de Emoto surgiu uma nova proposta de terapia chamada água diamante (diamond water). Segundo as pessoas que preconizam esse método, a água diamante é uma um água de fonte natural que passou por um método de energização especial, utilizando-se cristais, rezas e energia pura, e que pode ser reproduzida em casa. Usando a água diamante diariamente para beber a pessoa equilibra suas energias e emoções.
Enquanto as pesquisas ainda não validam esses potenciais usos da água como foram de equilibrar o corpo, vale lembrar que a água oferecida nas cidades nas torneiras não é absolutamente segura e podem ter contaminação por resíduos tóxicos. Portanto, o hábito de beber uma água mineral de uma fonte natural é uma boa medida de manter a saúde nos dias de hoje.
Atenção! Esse texto e esta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um médico e não se caracterizam como sendo um atendimento