por Anette Lewin
Resposta: Um estudo da Universidade de Stirling (Inglaterra) e da Universidade de Glasgow ( Escócia) responde afirmativamente à questão acima.
Ah as generalizações…! Para que servem?
Mesmo como resultado de uma pesquisa comportamental dita "cientifica" o que uma afirmação desse tipo nos acrescenta?
Talvez a vontade de refletir sobre o tema, de analisá-lo. Afinal, sínteses sobre comportamento humano, face à sua diversidade, são, no mínimo, risíveis.
Se os homens da pesquisa preferem as bonitas para namorar e as feias para casar, qualquer um de nós poderá, certamente, encontrar entre seus conhecidos inúmeras "exceções" Aliás, à primeira vista, homens bem-sucedidos casados com mulheres lindas superam os casados com feias. É óbvio! E quem não ouviu histórias sobre homens que preferem as mulheres fora do padrão de beleza para transar mas jamais as apresentam à socidedade? Existem, é claro, alguns que concluíram que mulher bonita trai mais do que feia e optaram pela falta de atrativos como garantia de fidelidade, ou como diz a evolução, garantia de prole. Se obtiveram ou não essa garantia é um segredo que só o DNA revela.
Além do mais, o conceito de mulher bonita ligado ao tamanho da bochecha ou do maxilar, como assinala a pesquisa, é um tanto quanto questionável. Isso para não mencionar obviedades como o fato de que gosto não se discute e que o conceito de beleza feminina mudou inúmeras vezes no decorrer da história.
Acredito que cabe aqui uma reflexão mais profunda não sobre essa pesquisa em especial, mas sobre qual o sentido de generalizações sobre comportamento humano. Todos sabemos que cada pessoa é um ser único, resultante de uma mistura de seus componentes genéticos, bioquímicos e das influências do meio.
Tentar rotular essas pessoas e classificar seus comportamentos por grupo pode ter um sentido para a medicina, por exemplo, no sentido de que determinados comportamentos "inadequados" (sim, entre aspas) melhoram com a medicação correta. Por exemplo, o diagnóstico de depressão, feito através de comportamentos como irritabilidade, choro excessivo, pessimismo, etc, serve para que o médico possa prescrever um medicamento para as pessoas que apresentam esse quadro. Afinal, seria difícil produzir um remédio exclusivo para cada paciente. Mas para a psicologia a generalização faz pouco sentido.
Talvez agrupar pessoas por comportamento trabalhe a favor da sociedade de consumo, ou seja, pesquisa-se grupos com um comportamento semelhante para vender mais produtos para aquele grupo, já que produtos feitos sob medida são muito caros e não dão lucro. Mas esse agrupamento servirá, como foi dito, para vender mais; pouco servirá para que as pessoas se conheçam mais, melhorem sua autoestima ou encontrem seu lugar no mundo. No máximo lhes dará uma noção questionável de que são "normais" ou " anormais.
Ou, no caso da pesquisa acima, fará com que homens sugestionáveis evitem casar com mulheres muito bonitas e prefiram as menos atraentes. Em tempo: será que foram elas as patrocinadoras da "pesquisa"?
Ironias à parte, acredito que se as pessoas se preocuparem mais em buscar o que elas têm de único, de especial, de diferente ao invés de ficarem desesperadas para encontrar um padrão para chamar de seu, certamente se sentirão mais dignas, mais responsáveis mais autoconfiantes e, consequentemente, mais felizes.