Da Redação
Apenas uma em cada dez pessoas com mais de 60 anos, no Estado de São Paulo, apontam o colesterol, o sedentarismo, a obesidade, o diabetes e a má alimentação como fatores de risco para doenças cardiovasculares. É o que revela uma pesquisa inédita da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP) sobre o assunto, realizada pelo Instituto Datafolha.
O levantamento revelou que 92% dos entrevistados não citaram o sedentarismo, diabetes ou ingestão de gorduras, como fatores de risco para o coração. A hipertensão também não foi considerada importante pela população paulista: 74% não relacionaram a pressão alta com um infarto ou derrame. No caso do colesterol essa porcentagem foi ainda maior: 87% não fizeram a relação entre doenças cardiovasculares e esse fator de risco.
A maioria dos entrevistados da terceira idade (72%) também não relacionou o tabaco como maléfico para o coração. A má alimentação e a obesidade não foram consideradas relevantes por 89% dos entrevistados. Outros 83% não falaram que o estresse e a depressão podem afetar a saúde cardiovascular e 99% não fizeram qualquer relação entre o nervosismo e as doenças do coração.
"O resultado revela que poucos estão preocupados ou evitando fatores de risco determinantes para a ocorrência de um evento cardiovascular em uma faixa etária muito crítica", explica o cardiologista Ari Timerman. O médico lembra que quem fuma tem 200% a mais de risco de ter um derrame e quem é sedentário tem uma probabilidade 40% maior de ter uma doença cardíaca.
A Pesquisa SOCESP sobre fatores de risco cardiovascular constatou ainda que 17% dos entrevistados com mais de 60 anos não souberam citar qualquer fator de risco para as doenças cardiovasculares. "Nem a visão mais pessimista poderia imaginar um quadro de tanto desconhecimento", diz.
Para o cardiologista, esses dados serão essenciais para a entidade elaborar campanhas de esclarecimento em todo o Estado. "A prevenção é o melhor dos caminhos para evitar um problema cardiovascular e conscientizar a população é diminuir o número de mortes, que hoje passa das 300 mil no país", lembra.
A pesquisa sobre fatores de risco cardiovascular foi feita com 2.096 pessoas, entre 14 e 70 anos, em 85 cidades representando o Estado de São Paulo.