Informação não é conhecimento

por Samanta Obadia

Pessoas morrem tentando rejuvenescer! Não é novidade. O planeta corre perigo! Não é surpresa. O ser humano está agindo como um vírus para sua própria espécie, mas ninguém se assusta com estas manchetes. Nossas mentes estão anestesiadas diante das notícias mais trágicas e esdrúxulas. Parece que nada nos surpreende, e assim permanecemos inertes.

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A busca dos seres humanos, conectados aos meios de comunicação, é a busca pelo saber informativo. Todos querem ser informados ao máximo, e assim, ocupar o lugar do senso comum, o lugar da mediocridade. Ter informação não significa ser detentor de saber. Na verdade, o excesso de informações superficiais gera uma falsa sensação de completude, da mesma forma que fast foods, balas e chicletes enganam nosso estômago, dando a ideia ilusória de que estamos alimentados. A busca pelo conhecimento deve ser um caminho a ser percorrido com discernimento e cautela, na direção de saberes, fundamentado na história do pensamento.

Somente o tempo e a dedicação a diversas áreas do conhecimento, estudados com reflexão e discernimento, trazem ao ser humano sapiência diante da vida. E isto não se consegue com cursos online, ou com rápidos comentários do “Fantástico”. O verdadeiro conhecimento resulta da junção da experiência prática e do estudo teórico consciente. É preciso disciplina e persistência para atingir um saber fundamentado. Ninguém aprende uma língua estrangeira passando duas semanas de férias no país de origem desta.

A pressa e a ansiedade pelas inúmeras informações circulantes pelos diversos e velozes meios de comunicação atuais, estão enlouquecendo o tempo de nossas mentes, que precisam do tempo afetivo, psicológico e biológico para assimilar o verdadeiro saber.

É esta urgência que atropela as reais necessidades humanas, o que me faz recordar uma frase que li outro dia, resultado de um congresso na Alemanha, sobre vida sustentável, que diz: “Todo mundo ‘pensando’ em deixar um planeta melhor para nossos filhos… Quando é que ‘pensarão’ em deixar filhos melhores para o nosso planeta?”

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Complemento esta idéia com o célebre Pitágoras, quando este conclui: “Eduquem as crianças e não será necessário castigar os homens”.

Se realmente queremos um planeta melhor em todos os sentidos, não basta economizarmos a água, ou plantarmos árvores, é preciso cuidar do ser humano em sua integração com o outro, pois só aprendendo o tempo do respeito a si mesmo, entenderá que não deve ferir o que está fora de si.

 

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