Inteligência emocional é saber lidar com suas emoções e as de outrem

por Elisandra Vilella G. Sé

Inteligência é definida como a capacidade global do indivíduo para pensar racionalmente e agir no seu ambiente e no seu contexto e inclui todas as habilidades da mente.

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Trata-se de uma competência intelectual que reúne um conjunto de habilidades que capacitam o indivíduo a resolver problemas ou dificuldades, a criar produtos eficazes e a gerar novos problemas. Por isso são muitas as competências intelectuais que adquirimos ao longo da vida.

Assim a inteligência pode ser definida também como a maneira como nós pensamos sobre algo e como conhecemos as coisas, nossa habilidade para apreender significados, fatos e verdades, lembrar de experiências, entender o mundo social, as regras, entender também a si mesmo e a maneira de governar a vida.

Inteligência significa nossos processos mentais, é considerada a base da aprendizagem. Os comportamentos inteligentes são expressos de várias formas. Desempenhos intelectuais são formas particulares e preferidas de processar informações, mas vão além de processá-las.

São nosso modo de pensar, estratégias e competências que se traduzem em inúmeras inteligências:

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a inteligência prática;
– a inteligência criativa;
– a inteligência tecnológica;
– a inteligência reprodutiva;
– a inteligência social e a inteligência emocional.

A inteligência emocional, tema que irei tratar neste texto, siginifica saber lidar com suas próprias emoções e de outrem; saber orientar pensamentos e ações na vida social, envolve empatia, autoconhecimento, automotivação e autovalorização.

O conceito de inteligência emocional foi proposto por Gardner em 1990. Em seguida, foi proposto por Salovey e Mayer, mas adquiriu popularidade com a publicação do livro de Daniel Goleman em 1995.

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Na literatura científica existem duas posições distintas que tentam explicar a inteligência emocional: uma posição defendida por MAYER e SALOVEY (1997; 2002) define como sendo a capacidade de perceber e entender as * informações emocionais. Esses autores defendem que a inteligência emocional inclui quase tudo que está relacionado com o sucesso, que são habilidades não cognitivas, tais como a assertividade e o controle de impulsos, em parte sobrepostas a traços de personalidade.

Os autores criaram um modelo de inteligência emocional.

Esse divide-se em quatro componentes:

percepção emocional: refere-se a aptidões tais como capacidade de perceber, avaliar e expressar emoções com precisão;

– facilitação emocional do pensamento: é a aptidão para relacionar emoções com outras sensações mentais, bem como para utilizar a emoção ao raciocinar e ao resolver problemas;

entendimento emocional: capacidade para a resolução de problemas emocionais (quais emoções são semelhantes ou opostas, ou que relações elas transmitem);

administração das emoções: vista como a aptidão de regular as emoções para promover o crescimento emocional e intelectual.

Outra posição proposta por Bar-On e Goleman (2002) defende a inteligência emocional como sendo "uma gama de aptidões, de competências e de capacidades não cognitivas que influenciam a capacidade da pessoa lidar com as demandas e pressões do ambiente".

O autor propõe um modelo de inteligência emocional e social refletido numa medida de autoavaliação do comportamento social e emocionalmente competente.

Muitos pesquisadores afirmam que Mayer e colaboradores referem-se à teoria de Bar-On como modelo misto, porque combina aptidões que podem ser caracterizadas como capacidades mentais (resolução de problemas) e outras que são identificadas como traços de personalidade.

BAR-ON (2002) conduziu pesquisas em um período de 12 anos com mais de 6.300 participantes para avaliar a confiabilidade e a validade do Inventário de Coeficiente de Inteligência Emocional e identificou que os grupos mais velhos apresentaram resultados significativamente mais altos do que os grupos mais jovens na maioria dos resultados da escala.

Inteligência emocional e avanço da idade

Os efeitos da idade sugerem que a inteligência social e emocional aumentam com a idade, pelo menos até a quinta década de vida.

A pesquisa mostra que as relações e as experiências cotidianas ao longo da vida e sua influência sobre o sucesso na solução dos problemas da vida diária pode estar relacionada à capacidade de expressar melhor essa inteligência emocional e ** social.

Para o autor, a inteligência emocional é composta por capacidades tais como:

conhecer as emoções;
– administrar as emoções;
– motivar a si mesmo;
– reconhecer emoções nos outros e manejar relacionamentos.

O conceito inclui um conjunto de cinco capacidades:

autoconsciência;
– automotivação;
– autocontrole;
– empatia;
– sociabilidade.

São expressões de sentimentos que asseguram a competência social do indivíduo.

No Brasil, o estudo da inteligência emocional foi iniciado por Siqueira (1999) que publicou os resultados de uma pesquisa sobre a construção de uma escala de inteligência emocional – Medida de Inteligência Emocional (MIE) – composta por 59 itens que avaliam cinco habilidades da inteligência emocional (autoconsciência, autovalorização, automotivação, empatia e sociabilidade).

Uma pesquisa realizada por Diório (2001) utilizando a escala (MIE) desenvolvida por Siqueira para investigar as capacidades emocionais que integram a competência emocional de um grupo de 25 gestores na faixa etária entre 40 a 56 anos, indicaram maior diferença significativa entre autoconsciência e empatia, demonstrando destacada competência emocional dos gestores para compreender seus próprios estados emocionais e menor competência para ler estados em outras pessoas. Também verificaram que, quanto mais idade tinham os gestores, mais habilidades tinham para compreender seus próprios sentimentos.

Além disso, dados dessa natureza podem oferecer relevantes contribuições à elaboração de propostas de políticas públicas e pedagógicas para um envelhecimento com qualidade de vida.

* Capacidade de perceber, avaliar e expressar emoções com precisão numa atividade ou resolução de problemas.

** Capacidade de se relacionar com empatia, ter autocontrole, administrar emoções, conhecer as emoções dos outros e manejar relacionamentos.