por Maluh Duprat e Guilherme Teixeira Ohl de Souza – psicólogos componentes do NPPI
Em nosso último artigo (clique aqui), comentamos sobre as transformações do modo de se relacionar contemporâneo, especialmente nas grandes cidades e suas implicações na maneira de viver (e conviver) dos idosos – a dificuldade de contato social e consequente isolamento frente à sociedade, expondo essa faixa etária à chamada exclusão social.
Apesar das múltiplas transformações e evoluções por que vem passando a civilização, nossa sociedade permanece ainda despreparada para lidar com o idoso. Vivemos em uma cultura que valoriza o fazer, a atividade, especialmente a econômica. Somos parte da sociedade enquanto produzimos e contribuímos para ela, mas nos tornamos um peso (vide a previdência social) quando deixamos o “trabalho produtivo”. E muitas vezes, a pessoa que se aposenta ainda está em plena forma, absolutamente lúcida, disposta e apta para o trabalho que exerce, mas a própria estrutura trabalhista o impele para fora do círculo.
Outros, menos favorecidos pela saúde, começam a sentir seus limites, próprios da idade, cerceando sua capacidade produtiva e o levando a reformular seu modo de inclusão e contribuição para a sociedade – transmitir o conhecimento, o saber adquirido ao longo de tantos anos de jornada, o que pode ocorrer de diversas maneiras.
No entanto, nossa sociedade não costuma valorizar e usufruir o melhor possível desse conhecimento, associando o idoso ao que é ultrapassado, senil e descolado da sociedade moderna. O idoso tem também a memória da História, uma pequena parte da evolução da nossa cultura, que urge ser registrada e preservada de maneira sistemática, criando nas gerações subsequentes o hábito de ouvir e aprender, acolher informações e ensinamentos que só a história oral é capaz de transmitir.
A tecnologia da informação, especialmente a Internet, com seu vasto poder de acesso e variedade de recursos de comunicação, pode vir ao encontro dessa necessidade de resgatar e reler o papel que o idoso deve ter junto à sociedade, mantendo-o ativo, em contato social, reatando amizades e laços afetivos, despertando seu interesse para assuntos novos ou aprofundando suas preferências, compartilhando e legando sua experiência de (longa) vida para seus contemporâneos e para os que vêm atrás.
Ao participar da vida online, supera a distância física e social imposta pelo modo atual dos centros urbanos, tendo acesso à história perdida (sua e da sociedade à qual viveu, participou) e contribuindo para ampliá-la. Esta participação, além de validar sua trajetória, proporciona um incalculável aumento de sua autoestima.
Aos poucos, já estão aparecendo algumas medidas práticas para acolher o idoso ou facilitar sua vida, tornando muitos locais acessíveis para estacionamento, evitando-se as filas nos estabelecimentos comerciais, barateando o custo de transporte, ingressos a eventos culturais, atividades físicas, inclusão digital etc, o que já é uma forma valiosíssima de convidá-lo e estimulá-lo a manter-se integrado socialmente. A Internet não poderia ficar fora desse “pacote”. Para o leitor interessado, deixamos então como sugestão para começar a mergulhar no universo virtual alguns sites relacionados:
• Portal do envelhecimento: http://www.portaldoenvelhecimento.net/principal/principal.htm . E sobre idosos e tecnologia especificamente, clique: http://www.portaldoenvelhecimento.net/artigos/redessociais-julho2009.htm
• Maisde50: http://maisde50.uol.com.br/index.asp
• Artigos diversos sobre terceira idade e Internet : http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI3805176-EI4802,00-Redes+sociais+dao+nova+vida+a+terceira+http://vyaestelar.uol.com.br/post/4645/se-voce-nao-soubesse-quantos-anos-voce-tem-quantos-anos-voce-se-daria-saiba-avaliarl
• Youtube: existem vários links sobre terceira idade e informática. Este é um exemplo: http://www.youtube.com/watch?v=ODFhGvQ-gcs&feature=related