por Carminha Levy
Baseado no texto do xamã e astrólogo norte-americano Ry Redd que escreveu “Starwalking – A Caminhada nas Estrelas” vamos entrar em contato com uma secular sabedoria que traz as sagradas tradições cosmológicas desde o antigo Egito e China às tradições indígenas que comprovam a experiência da vida pós a morte. Enfocaremos os diversos rios que a alma percorre na grande jornada entre o morrer e o nascer através dos Rios do Céu, em direção a cada planeta, sendo o mais importante O *Rio Lete do Esquecimento.
Coube ao médico e filósofo norte-americano Raymond Moodyq, através do estudo das experiências de quase morte, desvendar científica e pioneiramente o véu que separa a vida da morte através dos relatos com as pessoas que quase morreram “aqueles que morreram e retornaram para falar a respeito do que aconteceu”.
No seu livro “Vida Após a Vida” ele relata várias experiências EQM (experiência de quase morte). Todas elas acontecidas num momento de uma parada cardíaca com um retorno feliz à vida, obedeciam ao um mesmo padrão: a pessoa se via fora do corpo com os médicos tentando revivê-la e o paciente era sugado para dentro de um túnel escuro (O Vale das Sombras) amplo, profundo, aterrador que se estende até o infinito. Imediatamente essa paisagem muda e ele vê uma luz no fim do túnel. É recebido por um Ser de Luz e sua vida passa inteira, tal qual um filme e ele ouve uma voz e vê um portão fechado. O Ser de Luz avisa-o que se passar o portão não haverá volta. Naquele momento ele ouve as vozes dos médicos ou das pessoas queridas que tentam reanimá-lo que dizem: "volta, volta, volta" e ele retorna à vida. Vejamos esse pequeno relato no qual é enfatizado por um “sobrevivente”.
Encontro com a Luz ou a Cidade da Luz
“Eu estava tentando chegar àquela luz no fim do túnel porque sentia que ela era Cristo… Não foi uma experiência assustadora e eu ouvi uma voz que relacionei à Luz de Cristo que dizia “Eu Sou a Luz do Mundo” e pensei “se isso é a morte então eu sei o que me espera no fim daquela luz.”
A própria natureza da experiência de quase morte e a estrutura cósmica da vida após a morte em um determinado momento nos revela a existência, sem que saibamos sua origem, de sete a nove espirais (mencionada por Platão em seu diálogo A República) que são realmente rios.
O poeta grego Hesíodo descrevia um ponto central do mundo após a morte em volta do qual havia sete círculos concêntricos de oceanos, separado por sete círculos de montanhas douradas.
Para os xamãs siberianos o pilar do mundo era simbolizado pela estaca central de suas tendas marcadas com sete entalhes, representando sete céus.
Os astecas tinham nove infernos ou purgatórios, ligados por rios. Essas imagens são universais. Convem lembrar que esses rios não ficam dentro da terra e sim no espaço exterior.
Os rios do paraíso Egípcio também correspondem aos planetas. São circulares e neles não se encontram “nem peixes, nem minhocas”.
Vamos encontrar novamente essa mesma ideia na Divina Comédia de Dante: “Na cidade da Perdição há um rio de água vermelha e fervente”: esse território corresponde exatamente à órbita de Marte.
Esses informes levaram Ry Redd a chegar à conclusão de que os rios do céu, para onde viajamos após a morte são as órbitas dos planetas. Essa conclusão nos leva a olhar de perto o mais conhecido dos “rios” planetários o rio Lete ou o rio do Esquecimento.
“Após as almas escolherem sua vida encaminham-se para a planície do esquecimento e cada uma se instala às margens do rio para que dele possam beber e se esquecer de tudo.” Depois de se recolherem por volta da meia-noite há trovões e um terremoto, e naquele momento, as almas são elevadas para um nascimento como estrelas cadentes (Platão).
*O que seria o rio Lete?
A reencarnação precisa esquecer a identidade pessoal anterior e é isso que está por trás do mito platônico do Rio do Esquecimento. Essa profunda perda de memória seria causada como sugere Doutor Ivan Stevenson pelo choque do renascimento. Esse rio, apesar de ser muito famoso em várias tradições, não está localizado em lugar nenhum. Contudo, de acordo com a pesquisa das vidas entre vidas, que propõem uma estadia nesse período em cada um dos planetas, onde a alma aprende a lição específica do astro, o rio Lete é sugerido que esteja associado à órbita ou esfera de Saturno.
“Alma que desce de um local onde o zodíaco e a Via Láctea se interceptam é transformada, durante sua descida, de uma esfera, a única forma divina, em um cone.”