Da Redação
A obesidade infantil é uma das epidemias mais crescentes em todo o mundo. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), existem hoje cerca de 17,6 milhões de crianças obesas com idade inferior a cinco anos em todo o mundo. Dados da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) indicam que 15% das crianças no país são obesas.
Responsáveis por efeitos indesejáveis no organismo, o excesso de peso afeta a pressão arterial, os níveis lipídicos do sangue, além de ser a principal causa de diabetes tipo 2.
Obesidade progressiva: três períodos críticos
Existem três períodos críticos para o surgimento da obesidade progressiva:
– os 12 primeiros meses de vida;
– a fase pré-escolar;
– a puberdade.
Por consequência, as crianças terão maior dificuldade no controle de peso corporal na idade adulta.
"Vários fatores favorecem o quadro de obesidade na infância, entre eles, destaca-se a ingestão de alimentos inadequados durante a fase em que a criança aprende e desenvolve seu hábito alimentar. Para um controle eficaz do peso, é necessário um plano alimentar balanceado e a prática constante de atividade física", comenta a nutricionista Ana Flor Picolo.
De acordo com a especialista, uma das formas de evitar a obesidade infantil é ter uma vida mais saudável, e a dica vale para toda a família. Dê preferência aos produtos frescos e variados, bem como aos alimentos grelhados e assados. Compre somente o necessário no supermercado. Guloseimas no armário incentivam o aumento no consumo de calorias. Imponha datas e horários para comer doces, assim a criança terá disciplina na ingestão de alimentos mais calóricos.
E preste atenção no sedentarismo. Crianças devem gastar energia, portanto estimule seu filho a brincar. Restrinja horários de televisão e computador, que favorecem a inércia e, por consequência, a falta de atividade física. A criança precisa se mexer. Envolva seu filho nas atividades domésticas e culinárias. E fique atento ao que ele consome durante o lanche escolar. A lancheira e a cantina podem ser perigosas para a saúde e a nutrição.
Recomedações para o lanche na escola
Leve lanche de casa
– Sempre coloque uma fruta. Opte por mandar suco ou iogurte;
– Refrigerantes, doces, bombons ou chocolates somente uma vez por semana;
– Prefira sanduíches com pães integrais e verduras;
– Bolos são boas opções, desde que evite recheios ou coberturas;
– Evite salgadinhos e bolachas; estes alimentos são ricos em gorduras e pobres em nutrientes.
Na cantina
– É importante que os pais visitem a cantina para conhecer os lanches oferecidos para orientar seu filho. Caso a criança já esteja acima do peso, converse com os responsáveis pela lanchonete e proíba a compra de alguns itens. Nesse caso, o ideal é levar o lanche de casa.
– Controle o dinheiro do lanche para o seu filho. Acompanhe-o uma vez por semana e adquira o ticket correspondente ao produto que ele consumirá;
– Se consumir salgados, prefira os assados.
Alimentação oferecida pela escola
– Procure saber se há um nutricionista responsável pelo cardápio;
– Avise a escola caso o seu filho esteja em processo de controle alimentar;
– Avalie a oferta de verduras e frutas do cardápio;
– Envie sugestões para a escola, assim eles podem melhorar a qualidade das refeições.
Opções de lanches saudáveis
Lancheira
Opção 1:
Suco natural (de caixinha);
Sanduíche de queijo branco, peito de peru, tomate e orégano
Opção 2:
Uma fruta (maçã, mexerica, uvas, morango)
Um refrigerante
Um sanduíche natural de atum
Opção 3:
Fruta
Achocolatado pronto
Uma fatia de bolo de laranja
Opção 4:
Um iogurte
Uma porção de cereal
Cantina
Opção 1:
Um suco natural;
Um pão de queijo
Opção 2:
Um iogurte
Um pão de batata
Opção 3:
Um refrigerante
Um sanduíche natural
Fonte: Ana Flor Picolo é nutricionista