por Tatiana Ades
Quando perco (não enxergo) a sutileza do outro ser humano, perco um pouco mais de mim …
Essa sociedade "míope emocional", enxerga padrões, estereótipos, observa a ponta do iceberg e é incapaz de analisar o imenso e incansável universo que se encontra embaixo.
Por isso, os rótulos se tornam tão rápidos e violentos, as críticas se manifestam em bocas exaltadas, proliferações de julgamentos insensatos são imediatamente processados em olhos que enxergam apenas o que é visto, dito ou feito.
E assim, a humanidade, vai se tornando robótica, insensível e enfadonha.
O outro é "bom ou mal", legal ou chato, bonito ou feio.
No momento em que rotulo o outro, estou retirando um pouco mais da capacidade de esclarecimento de mim e do universo em que habito. Nessa hora, sou o senhor da razão, o grande ditador, permitindo que a minha crítica seja o meu instrumento de consolo (ah! e nem isso percebo!).
Quando estou inteiro, evitando disfarces, máscaras e encarando os meus erros, só assim enxergarei sem óculos embaçados.
Não é fácil, para os poucos que enxergam além dos muros pintados pela sociedade, conseguirem conviver nessa liquidez caótica.
Mas é bem melhor a solidão inefável da lucidez do que a escuridão nefasta da miopia do inconsciente.
Seis dicas para se libertar da miopia social:
1ª) Observe o outro e questione;
2ª) Observe-se sempre, isso é essencial;
3ª) Limpe o seu "lixo interior", ou seja, livre-se de preconceitos;
4ª) Você não é obrigado a aceitar, mas é bem melhor compreender uma atitude para julgá-la de fato;
5ª) Amar a si mesmo só é possível quando um conhecimento sobre quem eu sou de fato existe;
6ª) Só posso amar e realmente conhecer o outro se esse processo já tiver sido feito em mim.
Julgamento é falta de informação; conheça a você mesmo e mude a sua forma de enxergar o mundo!