Da Redação
Estudo da Ohio State University em colaboração com o professor israelense Abraham Haim, da Universidade de Haifa, mostrou que a exposição à luz artificial durante a noite pode causar obesidade.
“Nós já descobrimos que existe uma relação entre a exposição à luz artificial e o câncer. Agora, estamos encontrando outros efeitos negativos decorrentes dessa exposição, como a obesidade”, diz Haim, que coordena o Centro Interdisciplinar de Investigação Cronobiológica da Universidade de Haifa.
Até agora, fatores como maus hábitos alimentares e atividade física explicavam o fenômeno crescente da obesidade em todo o mundo. Mas os pesquisadores encontraram uma ligação entre o ganho de peso e o que eles chamam de pertubarção dos ciclos circadianos da pessoa. Ciclos cirdadianos são processos cíclicos que ocorrem no organismo todos os dias às mesmas horas, regulados pelo relógio biológico.
Segundo Haim, uma vez que a exposição à luz artificial durante a noite anula o tempo de ajuste natural à luz do sol, a exposição contínua do organismo a altos níveis de luz desregula o relógio biológico, causando danos à regulação circadiana das células, tecidos, órgãos e sistemas.
O estudo comparou três grupos de ratos de laboratório. Um deles foi exposto a um “dia normal” de 16 horas de luz e oito horas de escuro. Um segundo grupo foi exposto à luz contínua por 24 horas e o terceiro grupo foi submetido à luz por 16 horas, seguidos de oito horas de luz esmaecida. Os três grupos foram colocados nessas condições ao longo de oito semanas e receberam as mesmas quantidades de alimentos.
Os ratos que experimentaram luz esmaecida e os que foram expostos a 24 horas de luz ganharam cerca de 12 gramas de massa corporal, enquanto que os ratos expostos ao “dia normal” tiveram oito gramas de massa corporal extra – cerca de 50% a menos que os demais.
A obesidade é um problema crescente, tanto no mundo industrializado quanto nos países emergentes. Segundo a Organização Mundial de Saúde, existem em todo o mundo mais de um bilhão de adultos acima do peso, dos quais pelo menos 300 milhões são clinicamente obesos.