Da Redação
Estudos mostram que cerca de 200 mil pessoas com mais de 60 anos no Brasil são portadores do Mal de Parkinson, doença neurológica que compromete os movimentos, causando tremores, rigidez muscular, lentidão de movimentos, alterações de fala e escrita.
Se não diagnosticado precocemente e tratado adequadamente, o Mal de Parkinson pode se tornar uma doença incapacitante.
No mês em que é comemorada a semana de orientação à doença, um importante hospital paulistano alerta para a necessidade de tratamento adequado e faz um alerta à população sobre as possibilidades de o parkinsoniano desenvolver depressão em decorrência da doença. De acordo com o neurologista Roberto Godoy, mais de 60% dos idosos que sofrem de Mal de Parkinson são vítimas de depressão. "A doença pode ser incapacitante, limitando a vida do parkinsoniano. O tratamento não deve ser voltado apenas ao controle do Parkinson. Quem convive com o doente deve ficar atento também aos sintomas de depressão", afirma o especialista.
De acordo com o médico, por poder apresentar dificuldades de andar, escrever, falar e realizar pequenas atividades, o portador do Mal de Parkinson pode se tornar uma pessoa reclusa, que evita se relacionar em sociedade, favorecendo o aparecimento de depressão. "Nossa equipe atende cerca de 40 pacientes por mês. Mais da metade deles apresenta algum grau de depressão", diz.
Causa
O Mal de Parkinson é causado pela falta ou redução da produção de dopamina e os primeiros sintomas da doença podem começar a se manifestarem a partir dos 50 anos. Dados da Associação Brasil Parkinson afirmam que cerca de 1% da população idosa brasileira é portadora da doença. No entanto, o neurologista afirma que o diagnóstico precoce pode não só identificar a existência da doença como também retardar sua evolução.
"Tremor em repouso, principalmente nas mãos, hipertonia, marcha em bloco e andar curvado, como se estivesse procurando o centro da gravidade, são sinais de Parkinson. Atividades como abotoar uma camisa ou pegar um copo d´água podem ser ações difíceis para quem apresenta a doença", afirma.
O diagnóstico de Mal de Parkinson é clínico e a doença pode ser controlada com medicação adequada. Em casos extremos há necessidade de intervenção cirúrgica. Exames de imagem são fundamentais para diagnosticar outras doenças neurológicas que podem simular o Parkinson. O especialista afirma que se a doença for controlada o paciente pode ter uma vida normal. "Para que o tratamento tenha o resultado desejado, é importante que o paciente seja acompanhado por uma equipe multidisciplinar, formada por neurologistas, fisioterapeutas e psicólogos", diz.