Da Redação
No tempo seco e frio, sintomas como narinas irritadas, sensação de ressecamento nasal e até sangramento do nariz podem piorar problemas respiratórios e aumentar o risco de infecções.
Em pleno outono e às vésperas da chegada do inverno (20/6), como ocorre todos os anos, aumenta o número de pessoas com problemas respiratórios. As temperaturas mais baixas elevam em cerca de 60% a incidência de resfriados, gripes e infecções respiratórias e alérgicas. "O tempo seco e frio, aliado à poluição ambiental e ao maior confinamento em ambientes fechados e pouco arejados, faz com que as pessoas com asma brônquica ou rinite tenham crises mais graves", diz a médica Renata Rodrigues Cocco, alergista da Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do Hospital Albert Einstein (SP).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que existam de 100 a 150 milhões de pessoas com asma no mundo. Segundo a Academia Brasileira de Rinologia (ABR), cerca de 30% da população brasileira sofre de rinite alérgica e a taxa de pacientes com acometimento de doenças respiratórias (incluindo as doenças infecciosas) pode chegar a 50%.
Nestas estações do ano, alguns sintomas como narinas irritadas, sensação de ressecamento nasal e até sangramento do nariz podem afetar qualquer pessoa, especialmente aquelas com histórico de rinite alérgica. "Esses sintomas podem piorar os problemas respiratórios e, em alguns casos, aumentar o risco de infecções", afirma.
Segundo Renata, quando a mucosa do nariz está desidratada, a frequência dos batimentos mucociliares, fina camada de cílios microscópicos que reveste a parte interna do nariz, fica paralisada e não desempenha sua função de filtrar o ar que entra no organismo. "Como resultado, o sistema respiratório fica mais exposto aos componentes tóxicos presentes no ar (fumaça de automóveis, das indústrias e de cigarros), aos micro-organismos inalados (vírus, bactérias, alérgenos) e à agressividade do ar-condicionado e do clima seco ou frio", explica médica.
Respire livremente
Para manter as vias aéreas livres de impurezas é recomendada a limpeza nasal, cerca de quatro vezes ao dia, com solução fisiológica, para impedir a entrada dos agentes indesejáveis ao trato respiratório. "Em ambientes em que o ar-condicionado provoca ressecamento da mucosa, a hidratação nasal é recomendada com objetivo de umidificar e conferir aos microcílios nasais seu pleno poder de defesa", diz a alergista. "Os cuidados para evitar o ressecamento nasal são importantes na prevenção de doenças e oferecem mais conforto ao paciente", conclui.
Dicas para controlar os agentes:
– Manter todos os cômodos da casa limpos e arejados;
– Revestir colchões e travesseiros com capa impermeável para facilitar a limpeza diária com pano úmido;
– Lavar as roupas de cama, no mínimo, uma vez por semana;
– Evitar o uso de tapetes, bichos de pelúcia e estofados de tecido (tapetes, carpetes, cortinas grossas são locais de alojamento de ácaros e poeira);
– Manter as plantas o mais longe possível do interior da casa;
– Evitar o fumo em ambientes fechados;
– Eliminar as baratas, com dedetizações periódicas e higiene do local;
– Evitar a presença de animais domésticos, principalmente dentro de casa;
– Fazer a limpeza nasal, cerca de quatro vezes ao dia, com solução fisiológica;
– Praticar atividades físicas aeróbicas, que promovem a melhoria do funcionamento do sistema cardiorrespiratório;
– Ingerir bastante água.
Asma e rinite
A asma se manifesta nos pulmões e a rinite no nariz. É um processo inflamatório crônico nas mucosas que recobrem as cavidades nasais e/ou brônquios. Ainda que a maioria dos pacientes apresente os sintomas desde pequenos e tenha melhoras ao longo dos anos, os problemas podem aparecer em qualquer faixa etária. São doenças crônicas, mas quando tratadas adequadamente, podem ser controladas, permitindo que o paciente tenha uma excelente qualidade de vida.