por Arlete Gavranic
As queixas masculinas com relação a disfunções sexuais é uma constante nos consultórios psicológicos. Em geral são homens jovens de 27 até 40 anos.
25% desses homens pedem ajuda para ejaculação precoce. Obter um controle ejaculatório é algo desejado para ter a confiança na sua capacidade de dar prazer à sua parceira e para sentirem-se capazes.
Outros 20% chegam com queixas de disfunção erétil. Esse grupo tem algumas características interessantes: ou são contrários ao uso de medicações pró-ereção e por isso sofre há algum tempo com a dificuldade de ter uma ereção de qualidade ou de mantê-la; ou utilizam, com ou sem orientação medica prévia, as medicações pró-ereção disponíveis no mercado há bastante tempo com variação de 2, 3, 5 a 10 anos e estão em crise, pois querem ter a possibilidade de sentirem-se capazes de viver essa sexualidade sem ‘bengalas’.
Na verdade, há uma busca de autoafirmação da masculinidade para conquistar sua capacidade efetiva de ser potente e de sua masculinidade no sentido de ter autocontrole de sua sexualidade.
Outro grupo
E um outro grupo especialmente cansado vem em busca de terapia por intenso desânimo. Ou seja, o desejo sexual está diminuído ou completamente ausente e isso traz conflitos pessoais e relacionais.
As dificuldades sexuais podem ter ajudado a desenvolver esse quadro de desejo hipoativo, pois o acúmulo de frustrações leva a um desinteresse, como se o psiquismo negasse a sexualidade para evitar frustração na vivência da dificuldade sexual. Assim, procura-se evitar diminuir mais ainda a autoconfiança na própria masculinidade.
A grande questão é que essas dificuldades sexuais têm na sua essência, exceto algumas possíveis causas hormonais para disfunção de ereção e de desejo hipoativo, um espectro de dificuldades quanto à autoestima e uma vivência corporal empobrecida, pois a cobrança masculina quanto ao desempenho genital é muito maior que a noção do prazer sensorial desse corpo e da sexualidade como um todo.
Os homens são menos ensinados a viver os cuidados mais sensuais em relação ao corpo e ao prazer.
Quando o homem começa a fazer algumas técnicas da terapia sexual que incluem toques e carícias sensuais, existe uma melhora significativa do desejo sexual; o que pode colaborar com uma melhora de sua percepção corporal que traz uma melhoria na autoestima e vai colaborar com a melhora de seu comportamento sexual.
Vamos colaborar para essa melhora no erotismo corporal masculino?
Afinal, as mulheres sempre reclamam que alguns homens pouco investem ou não investem nas caricias preliminares que elas tanto desejam. No entanto, esses homens precisam de uma ajuda para aprender a viver esses prazeres sensuais sem tantas cobranças de desempenho genital.
As mulheres podem ajudar muito seus parceiros nesse processo de recuperação da autoestima e na construção de uma sensualidade masculina, tendo comportamentos/jogos sexuais mais sensoriais; massagens erotizadas alternando sensações (beijos, lambidas, toques de quente e frio – há vários cremes que esfriam ou esquentam e podem colaborar; toques espalmados, ranhuras ou toque com deslizar de uma pena …). Elas ajudarão muito se não tiverem uma postura cobradora de desempenho sexual mais genital, mas aprender junto com ele a desfrutar desse erotismo sensual.