por Alex Botsaris
Quem é cinéfilo ou freqüentador de locadoras de vídeo já ouviu falar de uma produção americana chamada “Quem Somos Nós”. Depois de ficar mais de seis meses em cartaz em salas de cinema alternativas, em cidades como Los Angeles, Nova Iorque, Rio e São Paulo, tornou-se a coqueluche das locadoras. Há uns seis meses atrás, os interessados precisavam esperar duas semanas ou, as vezes, três, na fila, para ver o filme.
Esse filme, uma mistura de documentário e ficção, é estrelado pela atriz premiada com Oscar, Marlee Matlin, e se propõe a discutir o que sabemos sobre a vida humana, numa perspectiva dos avanços mais recentes da física quântica e das neurociências.
O nome em inglês do filme “What the Bleep do We Know?” – seria melhor traduzido como: “Que M…. Sabemos?” (“the bleep” pode ser traduzido por um palavrão) – refere-se as evidências que ainda existem muitos fenômenos e dados não explicados na medicina para os médicos manterem uma posição tão cartesiana e arrogante frente a isso.
Tanto o nome quanto o conteúdo do filme são uma crítica ferrenha contra o materialismo que ainda predomina na medicina nos dias de hoje. Usando descobertas de física quântica, como a que mostra que uma partícula pode estar em dois lugares ao mesmo tempo, estudos sobre as propriedades da água, e ainda achados dos neurocientistas que sugerem que o cérebro é muito mais integrado ao corpo que se imaginava, o filme lança a idéia que a mente tem mais poder de comandar o corpo do que se pensava, e que muitos fenômenos considerados paranormais (como a cura com as mãos) podem ter explicação.
O sucesso feito pelo filme mostra que a sociedade anseia por um modelo de medicina menos conservador, mais flexível, e mais alinhado com outras áreas da ciência. Apesar de não ser esse o objetivo dos produtores do filme, ele é um manifesto de um movimento na medicina chamado de medicina vibracional. Esse movimento foi criado pelo médico norte-americano Richard Gerber, clínico geral na cidade de Livônia, em Michigan.
Gerber ficou mundialmente famoso ao propor a incorporação dos conceitos da física quântica na medicina, através de vários livros, ele estuda o assunto há 20 anos. O movimento da medicina vibracional ainda é pequeno mas já vem aumentando. Na base de dados Pubmed, do National Intitute of Health (NIH) nos Estados Unidos, apenas 68 trabalhos científicos mencionam esse conceito. Isso significa que ainda é necessário muito caminho para que essa idéia seja mais aceita no meio médico.
Medicina vibracional é um conceito e sugere que devemos estudar os fenômenos biológicos sob a ótica da física quântica. Entretanto, usando esse racional ele cita e indica várias medicina complementares, que acredita poderem atuar no nível ‘vibracional” e assim tratar os desequilíbrios antes que eles se tornem doenças instaladas, e ajudar a controlar problemas crônicos e de difícil solução. Entre elas as principais são: acupuntura, homeopatia, cromoterapia, os florais de Bach, a radiestesia e a medicina ayurveda.
Mesmo considerando o desafio de provar os conceitos da medicina vibracional, é fundamental que haja flexibilidade para aceitar esses novos paradigmas científicos e investiga-los extensivamente para validá-los ou rejeitá-los, com provas definitivas. O verdadeiro espírito científico é uma honesta busca da realidade, por mais improvável e impalpável que ela pareça ao primeiro olhar.
Atenção! Esse texto e esta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um médico e não se caracterizam como sendo um atendimento