por Carminha Levy
Estamos vivendo uma época de muita insegurança pela nossa sobrevivência. Atrelado aos nossos medos pessoais, que são alimentados pelo grande clamor da mídia, há um medo coletivo que tem suas origens arquetípicas nos primórdios da humanidade. É como se cada um de nós fosse um potente imã que é atraído pela memória coletiva de escassez da época que éramos coletores e sobrevivíamos dos frutos da Mãe Terra.
Associado a esses medos arcaicos e inconscientes temos o medo inconsciente de que a Mãe Terra, não possa mais dar o sustento de provedora inesgotável que sempre foi, devido à devastação sofrida nesses últimos tempos e só agora conscientizada.
A preocupação constante com o desemprego coletivo, a perda do trabalho individual, a perda de clientela para os profissionais liberais e autônomos, não só mobiliza esse já mencionado imã negativo como também nos desconecta pelo medo, da nossa sagrada Fonte Criativa de onde provém as novas soluções para antigos e conhecidos problemas. Ou seja, para lidar com esse medo bloqueador e alimentador da situação de pânico que provém do Inconsciente Coletivo, devemos buscar a cura na mesma fonte onde se originaram. Não adianta pensamento positivo, orientações psicológicas ou religiosa em nível consciente, pois esses só atingirão uma camada superficial do consciente ou do inconsciente pessoal. Este é o momento de convocar aquele que transita entre os mundos profundos, do meio e superior – o Herói da Consciência: o Xamã.
Por sua condição de arquétipo a energia do Xamã repousa no Inconsciente Coletivo de onde provém esse medo hipnotizador que nos impede de sair da paralisação do desastre e mergulhar na fonte da cura, que é a criatividade. Mobilizando o xamã dentro de nós, aquele que consegue unir o lóbulo direito com o esquerdo do cérebro e potencializar todos os recursos da mente humana, conseguiremos reduzir o medo à sua real dimensão, que é de nos alertar para os perigos reais.
Há um medo específico pessoal de perda de emprego, de como poderei honrar com meus compromissos, ser o provedor de meus filhos e de minha esposa, etc. Mas se não estivermos hipnotizados pelo medo coletivo, esse medo pessoal nos servirá como um mestre que vai ensinar como gerir nossos gastos, cortar o supérfluo, sair das garras do consumismo, etc.
Lembrando dos ensinamentos Kahunas sabemos que “Há sempre uma outra forma de fazermos as coisas”. Com o fluxo de energia que vem da libertação do medo coletivo, há enormes cargas reestruturantes de criatividade que nos abre para outras soluções, descoberta de novos talentos, novas ferramentas de autoconhecimento.
Para que isso realmente se realize, você precisará ter fé, esperança, muito amor no coração por você e pelo seu próximo mais próximo. Toda crise é portadora de grande crescimento psíquico. Você será defrontado com o arquétipo da Vítima, do “coitado de mim”, da Vitimização a que vida lhe causou. Mas será defrontado também com o arquétipo do xamã guerreiro, daquele que aceita o desafio do novo e parte para a batalha da vida com o escudo do destemor da ousadia e da humildade de aceitar o desafio que vier.
O arquétipo do xamã guerreiro não teme seus adversários mas os respeita ao enfrentá-los e com isso vai se libertando da vitimização.
Coragem, amor, fé e determinação são os antídotos do medo e para ajudá-los na libertação dele inicie por um ritual de autoamor.
Prática
Prepare seu espaço sagrado xamânico (clique aqui).
Som de tambor e privacidade são imprescindíveis vá para a frente de um espelho e após 4 respirações profundas olhe-se nos olhos. Deixe passar, através da pupila, todos os momentos felizes ou tristes que você viveu ao longo de sua vida. Com sua respiração calma, vá a seu coração e veja de que cor ele está. Com a intenção clara de limpar seu coração de todo o medo, vá trazendo a cor dourada para ele. Quando perceber que (sempre de olho no olho no espelho) o dourado preencheu seu coração, transforme-o em ouro líquido que passará a circular como seu sangue por todo seu corpo. Preencha seu coração com misericórdia e agradeça por estar vivo.