por Renato Miranda
Dou sequência ao tema melhor idade na segunda e última parte deste artigo. Para ler a primeira parte clique aqui.
Sigo agora com o tema sobre funcionalidade (corpo e mente), inclusive em relação ao idoso.
A construção de um corpo saudável evidentemente se dá através das relações sociais, que são aquelas que permitem enriquecer nossa memória e que inclusive nos dá oportunidade de aprender e viver com os outros seres humanos e suas variadas formas de perceber o mundo. E assim vamos aprendendo e desenvolvendo nosso sistema.
O elemento sustentador de nosso sistema que tem consequências físicas, psicológicas (emocionais e cognitivas) e sociais é o exercício físico (as mais diversas possibilidades de exercitar o corpo e o esporte). Observação: alimentação e sono "caminham" juntos com o exercício físico!
Exercício físico desde a tenra idade funciona como um mecanismo de auxílio da manutenção da harmonia interna (função biológica básica de nossos sistemas internos – exemplo: sistema nervoso autônomo) que retarda a velocidade de nosso envelhecimento.
E qual a forma de mantermos nosso desenvolvimento integral (corpo/mente), aperfeiçoar e/ou manter nosso desempenho que repercutirá em uma ótima qualidade dos anos de nossas vidas? Resposta objetiva: treinamento!
Como costumo dizer, o resumo de nossa vida é resolver problemas (independentemente da idade!). Portanto, um treinamento de qualidade que tem rotina (frequência), esforço produtivo (combinação do tempo do esforço ou volume com a intensidade da atividade) providenciará aquilo que se convencionou denominar funcionalidade.
Funcionalidade é toda ação ou comportamento que produz eficácia, ou seja, os objetivos (básicos ou sofisticados) pretendidos são atingidos, independentemente dos meios. Em exemplo: se uma pessoa idosa necessita ficar mais forte e após um período de treinamento melhora sua força muscular adequadamente é oportuno considerar que o programa de exercícios submetido por ela, não importa qual, foi funcional, pois atingiu o pretenso objetivo. Ou seja, seu treinamento pode ser considerado eficaz ou funcional.
A funcionalidade do idoso está associada; ao desempenho (exigente e compatível com as habilidades gerais da pessoa – limites!), à garantia do cumprimento das funções básicas (caminhar, se vestir, arrumar o quarto, subir e descer degraus e outros).
Além de proporcionar uma rotina padrão, ou seja, realizar tarefas elementares com autonomia, independência psicossocial e vivências diversas (ir ao supermercado, ao cinema, tocar um instrumento musical, pintar, fotografar e outros) sem precisar do auxílio de outras pessoas.
As futuras gerações precisam se preparar para viver por muito tempo (chegar aos 100 anos poderá ser comum!), pois a medicina já consegue nos dar muitos anos de vida. O desafio será dar qualidade (vida) há esses anos. Em outras palavras, viver com saúde!
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geociências e Estatísticas) em 2014 projetou que em 2030 o Brasil terá quatro milhões a mais de idosos em relação ao número de crianças e adolescentes.
O desafio é educar, desde a tenra idade, as pessoas para a cultura do exercício físico como matriz de nossa saúde e desenvolvimento. Independência psicossocial, aprendizado, descoberta de talento, manifestação artística, relacionamento humano e outros só são possíveis com um corpo forte e harmonizado.
Por fim é bom lembrar que o exercício físico não é compulsório é pra toda vida, porém nunca é tarde para começar. Viver muitos anos é melhor com saúde. E se vamos morrer um dia, sem problemas é como diz a música: "Who wants to live forever?"