por Renato Miranda
Na primeira parte deste artigo (clique aqui e leia) expliquei a importância de se escolher uma atividade física corente com o potencial físico da pessoa e com os seus objetivos.
Nesta segunda e última parte deste artigo vou falar sobre os primeiros passos a serem dados para você sair do sedentarismo.
No início de um programa de exercícios pode surgir cansaço, algumas dores musculares, certo desconforto físico (como pernas pesadas) e outros fenômenos. Isto se dá por que o corpo está nesse instante em processo de adaptação a um novo estilo de vida. Com o tempo, a pessoa se adapta e a tendência é cada vez mais absorver naturalmente as demandas do esforço e se sentir forte no exercício físico.
É fundamental começar imediatamente um programa. Avaliar excessivamente se uma atividade será boa ou não e tudo o mais, acaba por trazer desânimo e insatisfação. Sempre é bom lembrar a velha máxima: o tempo não para! Um dia que adiamos o início de um novo comportamento (ATIVO!) é “alimento” para o desânimo. É óbvio que quanto melhor for a orientação profissional que a pessoa receber, mais oportunamente ela se motivará e se adaptará adequadamente.
O efeito psicológico (comportamento!) do exercício físico regrado pela harmonização química interna do corpo (produção adequada de hormônios neurotransmissores que interferem em nossas emoções como a endorfina, dopamina, serotonina, cortisol… – veja textos anteriores), acontece naturalmente ao longo do tempo e através de um ritmo contínuo. Quando menos se espera o praticante do exercício físico se sente “uma outra pessoa”.
Essa transformação se dá de uma forma sistêmica. Ou seja, a pessoa em exercício se motiva a alimentar-se melhor, dorme mais profundamente, descansa mais rápido, pensa eficiente, etc. Ao mesmo tempo, ao se alimentar adequadamente, se sentir descansada, pensar melhor, etc. Ela mesma é impulsionada ao exercício físico e avalia o quanto o comportamento ativo lhe faz bem.
É fundamental considerar que, independentemente do objetivo pessoal, projetar metas a longo prazo é um risco desnecessário, pois com o decorrer do tempo a pessoa tende a desanimar ao perceber que o objetivo sempre está longe demais. Além disso, dificuldades sucessivas tendem a produzir alguns fracassos que acabam desmotivando a pessoa. Por isso, metas a curto prazo e médio prazo são mais motivantes e ao mesmo tempo oportunizam feedback imediatos o que favorece a manutenção do esforço.
Mesmo aquelas pessoas que por um motivo ou outro têm desafios a longo prazo como, por exemplo, precisam perder muito peso, escrever uma tese ou livro, e outros, é salutar que programem objetivos menores, mas importantes na trajetória planejada até o objetivo principal. Isso transmite força, motiva e promove autoconfiança.
Costumo dizer para alguém que precisa perder muito peso (e isso leva tempo!), por exemplo, que no primeiro dia de treino ela já começa a emagrecer. Essa assertiva além de ser animadora é correta, mesmo que a pessoa nesse caso tenha que se dedicar por muitos meses.
Explico: vamos supor que a pessoa queira perder vinte quilos e o programa (padrão) de treinamento estabeleça cinco meses (quatro quilos por mês – um por semana). Se considerarmos que ao final do programa a pessoa atingiu seu objetivo e pensarmos que o primeiro dia fez parte do ciclo do treinamento, logo foi ali (no primeiro dia de treino) que a pessoa iniciou seu sucesso de emagrecimento. E assim, esse pensamento pode servir para qualquer outro objetivo.
Podemos supor que em vários setores da vida alguém possa duvidar de tudo isso. Ótimo! Faça o seguinte: Exercite-se regularmente e depois de um a dois meses faça uma autoavaliação e decida por si mesmo se vale a pena!