por Blenda de Oliveira
"Fiquei viúva aos 28 anos quando minha filha mais velha estava com 5 anos e o mais novo com 3. Depois de 3 anos, me casei de novo e hoje temos 1 ano de casados. Meu esposo é muito presente e se envolve muito com as crianças, mas ele age com muitas imposições que as crianças não aceitam. Ele é um ótimo esposo e quer muito ser um bom pai, mas teve uma educação muito rígida e acha que assim vai conseguir o respeito e o amor de meus filhos. Eu não concordo, pois acho que ele deveria conquistar esse amor e carinho através de carinho e respeito. Ele chegou a bater no meu filho e quase nos separamos por conta disso. Não quero perder meu esposo, mas também não quero que meus filhos cresçam revoltados e sem amor"
Resposta: Há muitas coisas envolvidas que precisam ser revistas por vocês dois.
Como lidar com a situação?
Rebobinar a fita e conversar sobre o tempo em que se conheceram, sobre sua situação quando foi mãe tão jovem, sobre o que sentiu por ele, o que esperava dele como marido e padrasto das crianças, sobre as boas qualidades dele e sobre as diferenças entre vocês sobre educação são alguns itens que merecem atenção para desenvolver essa reflexão.
Importante que o mesmo seja feito por ele, mas cada qual deve falar sobre o que espera um do outro na função de pai e mãe, cada um por vez. Sem interromper. Procurem fazer isso distante das crianças e insistam em conversar mesmo que seja um pouco a cada dia.
Seu marido deve ter tido uma educação rigida, não?
Os conceitos dele sobre educar bem uma criança passa por soluções que mais afastam os filhos do que aproximam. Como você e ele parecem se gostar e você reconhece os bons valores que ele traz, vale a pena investir na reflexão e no diálogo entre vocês.
Sem dúvida, nem sempre é muito simples falar dessas coisas que incluem os filhos que não são comuns ao casal, principalmente nessa situação com filhos ainda crianças e você ter ficado viúva tão jovem. Imagino como foi desafiador e continua sendo, mas deve, junto com seu marido, pensar como agirão daqui para frente.
Depois que tiverem conversado, acho que seria interessante que você dialogasse com seus filhos para explicar que seu marido tem maneiras diferentes das suas para educar; embora ele queira ser um bom pai para eles, mas vocês estão buscando soluções para encontrarem os caminhos melhores.
É fundamental que eles sintam que você tem uma posição e está com eles no sentido de refletir junto para melhorar.
Fique atenta para não formar dois grupos, você e as crianças de um lado e ele do outro, sozinho. Todos estão no mesmo barco e precisam encontrar uma linguagem comum para todos. Se querem permanecer como uma família, terão o enorme desafio de encontrar as alternativas que estejam a serviço do bem comum das crianças e de vocês como casal e família.
Divergências sobre educação ocorrem em todas as famílias sejam elas formadas ou não por filhos que são enteados, biológicos, adotados etc. Entretanto, essas divergências devem ser um caminho para o crescimento do grupo familiar e não um fator de separação. É uma tarefa desafiadora, mas se querem estar juntos e bem, precisam aprender a conversar sobre os temas, do mais simples aos mais conflitantes, assim vai se construindo relações com mais transparência, fluidez e clareza sobre as possibilidades e limites de cada um. Receba meu abraço.