Meu chefe quer me transferir para uma área de mais responsabilidade, mas sem aumentar salário

por Roberto A. Santos

"Fica chato recusar? Estou no meu atual cargo há 10 anos."

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Resposta: O ponto central de sua dúvida está entre estar próximo ao poder (do seu chefe que tem nível de superintendente) e assumir um novo desafio, aprender coisas novas e dar sua contribuição à empresa em outra área. Nos dias de hoje, o maior poder está na aprendizagem contínua, na multifuncionalidade, na ampliação de responsabilidades e demonstração de capacidade de contribuir em diferentes posições – isso significa empregabilidade.

Permanecer num cargo que você já domina há 10 anos, reportando-se a um alto executivo de sua empresa, pode lhe dar a falsa impressão de segurança – mas ela é mais falsa do que nota de três reais. Principalmente, se esse executivo viu em você o potencial de cuidar de uma área diferente, acho que não deveria pestanejar. Os outros detalhes de cargo, remuneração certamente virão depois. O valor que essa experiência agregará a seu currículo, no longo prazo, é muito maior do que o aumento que não venha num primeiro momento.
  
Não consigo diálogo com meu superior. O que fazer?
Como devo lidar com meu superior?  Ocupando um cargo de gerência e há mais de 15 anos nesta empresa, já tentei diversas abordagens: fui direto, procurei demonstrar no trabalho que estou comprometido com ele, já fiquei na minha e me afastei, procurando dar-lhe espaço para se aproximar, etc. Não consigo uma aproximação profissional, que dirá pessoal. Ele chega pela manhã, se fecha em sua sala e esquece do mundo.

Resposta: Muitas vezes costumamos misturar erroneamente o que é nosso comportamento, atitude ou, às vezes, o que achamos ser um problema, com o das pessoas com as quais trabalhamos. Principalmente, como é o seu caso, quando essas outras pessoas representam um papel importante em nossa atividade e mesmo a carreira como um todo. Parece-me que esse é seu caso. Você trabalha há muitos anos nessa empresa, provavelmente, a maioria deles com esse diretor que deve ser do ‘tipo concha’ que descrevi num de meus artigos na coluna Gestão Pessoal do Vya Estelar – sugiro que você o leia e, de repente, coloque uma cópia sobre a mesa do Diretor – clique aqui e leia.

De fato, existem pessoas que podem ser, excessivamente, reservadas, frias, retraídas, tímidas e todos os sinônimos que retratam pessoas que são ótimas com dados, números, máquinas, mas têm uma dificuldade imensa com outras pessoas. Com esse tipo de pessoa, muitas vezes, forçar uma aproximação pode até gerar o efeito contrário. Preferível, nesses casos, é mostrar-se disponível para apoiar em situações de crise, vez por outra, convidar informalmente para almoçar e não insistir. Se, em algum momento, ele resolver sair da concha, e precisar de alguém, provavelmente, ele se lembrará de você. De resto, fique na sua e não se preocupe achando que você tem um problema. Mais provável é que, em algum momento, a reserva exagerada dele é que poderá ser um problema que ele terá que resolver.

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