Por Cybele Russi
Esta é a pergunta que mais se tem ouvido nas salas de orientação educacional das escolas e nos consultórios de psicopedagogia. É difícil responder. Primeiro porque não se trata aqui de dar uma resposta pronta, e sim de tentarmos refletir sobre o que anda acontecendo com nossos alunos para não gostarem mais de estudar.
Por que não estudar?
A vida, as relações interessoais e o mundo mudaram conseqüentemnte mudou também a maneira a maneira de se encarar a escola, a vida e os estudos. Mudaram os valores e os princípios.
A escola, os estudos, a formação acadêmica e, por conseguinte, o diploma, que anteriormente eram certeza de um bom emprego e de uma boa colocação, hoje representam pouco, a despeito da enorme quantidade de faculdades e de cursos de formação continuada que não param de surgir em cada esquina.
O hábito da leitura está em desuso. Primeiro porque os livros são caros; segundo porque são praticamente desnecessários, uma vez que se pode ter acesso a quase todo tipo de informação pela Internet.
O fato é que vivemos numa sociedade de consumo desenfreado, que apostou todas as suas fichas no ter, e o ser ficou esvaziado de valor. Ter coisas, ter brinquedos, ter roupas, ter guloseimas, ter um corpo bonito, ter um vídeo-game de última geração, ter um carro último tipo, ter uma casa enorme, ter um cão de raça e por aí afora.
Diante de uma realidade assim, como fazê-la compreender que estudar é o mais importante? Como fazê-la acreditar que ficar sentada a uma escrivaninha é o melhor a se fazer quando há um mundo de atrações lá fora à espera? E pior ainda, o professor não é bem remunerado. Portanto, não serve como modelo de sucesso.
Então, como agir diante de uma realidade dessas? O que a nova escola tem procurado fazer, assim como nós, psicopedagogos, é despertar no aluno o interesse e o desejo de aprender.
Aprender a aprender
O que fazer então? Mostrar para a criança, para o adolescente, para quem quer que seja, que aprender pode ser um "grande barato". E mais do que isso: que quando se aprende a aprender não se deseja mais outra coisa.
O encanto e a chave do conhecimento
O conhecimento é o grande "lance". Na verdade, quem tem o conhecimento tem muitas wp_posts na mão. E esse despertar começa quando a criança percebe que pode expressar suas idéias no papel, que a escrita pode ser algo extremamente prazeroso, que um livro pode ser uma viagem fantástica; que um texto contém mais mensagens e fantasias nas entrelinhas do que podemos supor; que os números fazem mágicas incríveis; que a química é algo muito mais genial do que as fórmulas decoradas de ácidos e básicos que nos mostram as tabelas; que vivemos num mundo que tem um passado, e que muito do que somos hoje é resultado desse passado histórico; que a geografia de um determinado país é determinante para o desenvolvimento social de seu povo; e que nenhum computador do mundo, por mais possante que seja, jamais poderá substituir a mente humana, porque esta tem criatividade, e máquinas não criam, apenas reproduzem informações.
Estudar não é devolver ao professor aquilo que ele já sabe. Estudar é encantar-se com o conhecimento e querer encantar-se cada vez mais.