"Pra sair, é só para casa dos parentes dele. Mas não me proíbe de sair, mas é chato sair sem ele, as pessoas fazem muitas perguntas. Com isso às vezes acabo ficando em casa e mal-humorada. O que faço?”
Resposta: Relacionamento de casal envolve constantes negociações. Isso porque as pessoas mudam, os hábitos mudam, as atividades de lazer mudam.
Você se define como uma pessoa bem mais social do que seu marido: gosta de sair, beber, se divertir com amigos. Ele é mais caseiro e não se diverte bebendo ou jogando conversa fora em um bar. Primeira pergunta que se faz: você sabia dessa característica dele quando se casou? Provavelmente sim. É claro que no início do relacionamento, provavelmente, ele se sentia mais disposto a acompanhá-la aos barzinhos, assim como você se sentia mais disposta a acompanhá-lo nas visitas aos parentes. Mas o tempo passou, vocês casaram, e cada um quer fazer aquilo que gosta. Isso é um problema? Não necessariamente. Afinal, você tem liberdade para fazer seus programas. O que atrapalha é sua necessidade de estar acompanhada, nesses programas, justamente por ele, uma pessoa que não gosta desse tipo de atividade.
Vamos repensar: será que vale a pena você insistir em ter sempre ao seu lado alguém de cara feia, a mesma cara que você faz quando fica em casa com ele? Se você se sente mal fazendo o que não quer, ele também se sente.
Assim, voltando ao início da nossa reflexão: nada como uma negociação sensata entre os casais, para que a harmonia reine. Isso significa que, de vez em quando, ambos vão ter que ceder. Um pouco. É importante que o casal aprenda a ceder para equilibrar a relação sem assumir atitudes de mártir. Se for para ficar de cara feia, melhor não ir. E se for para ir a fim de estar com o outro, o melhor é fazer de tudo para se divertir. Afinal, o que mais importa num programa a dois é o clima que se cria entre os envolvidos, não necessariamente o programa em si. Aí levanta-se outro ponto a ser repensado: por que os programas que vocês fazem se tornaram o ponto da discórdia do casal?
Afinal, num casamento bem resolvido o casal se sente bem na companhia um do outro. Em casa, no bar ou na casa de parentes. Será que vocês estão cuidando dessa parte da relação? Será que se sentem cúmplices, riem juntos, se divertem com pequenas coisas? Sim, porque quando a relação está mal cuidada não há programa que possa satisfazer.
Assim, tente reconquistar o prazer de estar junto com seu parceiro independentemente do lugar onde estejam. Talvez esse seja um dos ingredientes que possam ajudar na hora de negociar atividades de lazer. Por outro lado, repense essa sua necessidade de tê-lo sempre ao seu lado nos barzinhos da vida. Se você gosta de beber, de conversar, de rir… junte-se a pessoas que também gostem.
Se você quer a companhia de seu marido, tente buscar novas atividades que possam ser agradáveis para os dois: uma nova viagem, um curso, passeios a dois, enfim, tentem encontrar pontos em comum através de novas propostas. Afinal, existe vida além dos barzinhos e da casa de parentes.
Com relação ao que os outros pensam ou deixam de pensar por você sair sem seu marido… bem, ninguém tem nada a ver com sua vida. Vale o que você combinou com ele. E se seu marido não gosta de beber não faz sentido ele se juntar a um grupo que bebe. Afinal, nada mais chato para quem não bebe do que ficar escutando o papo de pessoas um tanto quanto " alegrinhas". A pessoa sente-se completamente deslocada.
Sua queixa não é incomum. As mulheres, em geral, gostam de sair, passear, ver gente, enquanto os homens adoram ficar na frente de uma televisão assistindo seus jogos esportivos favoritos. Conciliar vontades tão diferentes o tempo todo é difícil. Assim, a melhor solução é o respeito ao direito de cada um usar seu tempo de lazer da forma que achar melhor. Afinal, sempre vale mais a pena poucos momentos agradáveis a dois do que muitos momentos de briga, acusações e desconforto. Afinal , é nos momentos de cumplicidade que a relação cresce e se fortalece.
Atenção!
Este texto e esta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um psicólogo e não se caracterizam como sendo um atendimento.