por Sergio Savian
"Com quase 20 anos de casamento percebi que meu marido me faz de mãe o tempo todo. Não arruma suas roupas, não me ajuda na cozinha, nem na limpeza da casa. Ele só sabe reclamar e criticar. Descobri que estou casada com um garoto bem malcriado e não sei o que fazer com isso. Não tenho vontade de me separar, mas esta situação não pode continuar."
Fala-se muito de um novo homem, mais independente, charmoso e interessante, mas esta é uma possibilidade que apenas começa a coexistir com os antigos hábitos machistas.
O homem é criado por uma família e particularmente por uma mãe que faz tudo por ele. São muitos mimos e cuidados que o impedem de crescer. No geral as pessoas têm muito medo da dor, tanto física quanto emocional e para não sofrer, desviam-se de todas as situações desconfortáveis. Elas agem assim consigo mesmas e com as crianças que estão sob seus cuidados.
Mas você só aprende quando deixa de ter dó de si mesmo, experimentando-se em situações diferentes das que está acostumado. E isso nem sempre é confortável. Você pode comer sempre a mesma coisa mesmo que o alimento não seja saudável, ou pode mudar o hábito, escolhendo uma alimentação mais equilibrada. Você aprendeu que quem arruma a casa são as mulheres, mas pode cooperar, fazendo também a sua parte. E você só sairá da barra da saia de sua mãe quando tiver a humildade e a consciência de que precisa mudar, que quer se tornar uma pessoa melhor.
Você entende que a dependência não é o melhor caminho e faz um pacto consigo mesmo, com sua alma. Você decide que quer evoluir, que quer um sentido maior para a sua vida. Entende que não é nem melhor nem pior que os outros.
Por este caminho, perde o sentido achar que você é um pachá. Só quando você rala muito, trabalhando, cooperando, sendo generoso, é que você desenvolve a humildade de reconhecer o trabalho alheio. Para sentir-se especial você abusa dos outros, querendo uma vida cheia de privilégios. Mas quando deixa de ser infantil e amadurece, você compreende que quer ser auttêntico, descobrir sua própria natureza e isso só é possível quando você tem a dignidade de tomar conta de si mesmo. Sendo dependente você estará sempre na superfície, independente você vai mais profundo em seu próprio ser.
As mulheres que ainda educam seus filhos à moda antiga, saibam que no final das contas, em nome do amor, você está contribuindo para uma situação bastante injusta e insatisfatória. E se você pretende ter um companheiro e não um filho, comece agora mesmo uma revolução, simplesmente tratando-o de igual para igual.