Meu par é egoísta. Como lidar com isso?

E-mail enviado por uma leitora:

“Sempre, meu companheiro só quer que eu faça a vontade dele. Como administrar essa situação?”

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Resposta: Cada um de nós tem um modo de ver o mundo; cada um tem seus “certos” e seus “errados”; cada um tem seus desejos, suas vontades. E é claro que lutamos pela concretização dessas vontades. Não, lutar pelo que acreditamos não é egoísmo.

Quando somos crianças, temos que nos submeter à vontade dos pais, gostando ou não. Não temos ainda autonomia para mandarmos em nossos próprios narizes e não vemos a hora de crescer para podermos fazer tudo o que queremos. Não, essa atitude de nossos pais não é uma atitude egoísta. É necessária para nos ensinar sobre limites.

Aí crescemos, adquirimos nossa autonomia e, por um tempo, podemos fazer o que queremos. Não tudo, claro, mas muito mais do que podíamos até então.

Aí, resolvemos namorar, casar, ter uma família. Temos que entender que quando dois adultos se propõem a conviver, mesmo que por opção, perderão parte da liberdade que tinham quando viviam sós. Não terão mais que se submeter totalmente à vontade alheia, mas terão que negociar seus planos, seus projetos, suas vontades quando essas não coincidirem com a vontade dos outros. E aí está a questão: qual a medida do equilíbrio na relação amorosa? Quando ceder? Quando exigir? Como expressar seus argumentos sem ferir o outro?

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Como fazer para que a palavra egoísmo não seja a predominante entre as usadas pelo casal?


Bem, fácil não é. Negociar é uma arte que deve ser exercitada para convivermos bem com nossos parceiros. E quem negocia também não pode ser chamado de egoísta!

Seu companheiro, certamente, está expondo suas vontades e tentando fazê-la ceder a elas. E você? Está claro para você quais são as suas vontades? Porque se você não souber direito o que quer, não expressar claramente suas vontades, o máximo que você vai conseguir é dizer: “isso eu não quero”. Se você souber o que quer, expressar-se claramente, enfim, se souber dar voz aos seus desejos, ficará mais fácil uma negociação. Porque uma negociação envolve propostas. Se um tem uma proposta e o outro não tem nada, ganha o que tiver proposta, certo? E se ele ganhar, numa negociação séria, ele ganhou, não pode ser chamado de egoísta…

Pense então em conhecer-se melhor e entender mais a fundo sobre suas vontades. Se você, por exemplo, gosta de sair e ele gosta de ficar em casa vendo um filme, existem formas de negociar essa situação onde as vontades não batem. Você pode, por exemplo, combinar que a cada semana um escolhe o programa que quer e o outro acompanha. Sem cara feia, é claro. Pode também combinar que cada um faça o que tem vontade separadamente. Afinal, não é porque vocês estão juntos que têm que ficar grudados para tudo. E assim vai.

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Há várias formas de equilibrar vontades divergentes

Existem muitas formas de equilibrar vontades divergentes de um casal. A única regra que tem que valer é que as vontades de ambos têm que ser levadas em conta e que ambos terão que abrir mão de seus desejos, de vez em quando, para o bem da relação. O não cumprimento dessa cláusula por um dos negociadores o classificará como egoísta e prejudicará a relação. Afinal, a relação também tem suas “vontades” que assim como as vontades individuais devem ser levadas em conta para que ela (relação) sobreviva.

A relação, por exemplo, não costuma suportar longas discussões repetitivas em torno de um mesmo tema, que jamais chegam a uma conclusão. Muitos casais, no entanto, agarram-se ferrenhamente a seus argumentos pessoais e a relação sofre, chora, pede socorro, mas ninguém dá atenção. Até que ela se quebra por exaustão…

Para que um relacionamento sobreviva, cresça e amadureça, as vontades pessoais são importantes e imprimem uma dinâmica que faz o relacionamento evoluir. No entanto, entender o desejo do outro, dar a ele a mesma importância que dá a suas próprias vontades, e ceder na hora certa são as atitudes mais sensatas a serem tomadas. Para quem abre mão de olhar apenas para o próprio umbigo e se propõe a conviver saudavelmente, é claro.

Atenção!

Esta resposta (texto) não substitui uma consulta ou acompanhamento de uma psicóloga e não se caracteriza como sendo um atendimento.