por Thaís Petroff
A ansiedade é quase inerente ao modo de vida moderno. Só de vivermos nos tempos atuais ou numa grande cidade já preenchemos os quesitos para ter ansiedade, como por exemplo: alta competitividade, cobrança de desempenho, consumismo desenfreado, entre outros.
Ficar ansioso ou preocupado é algo normal e esperado. Isso auxilia a pessoa adaptar-se ao ambiente e à sociedade. No entanto, estar sempre ansioso e preocupado no seu cotidiano ou com atividades rotineiras pode se tornar patológico.
O Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) é basicamente a preocupação ou ansiedade excessiva frente a motivos injustificáveis ou desproporcionais ao nível de ansiedade observado. Ou seja, a resposta do indivíduo é frequentemente exacerbada diante de estímulos que não gerariam a mesma reação em outras pessoas.
Pessoas com TAG interpretam as situações como ameaçadoras ou por enxergarem-nas com os piores desfechos possíveis ou por se perceberem sem as habilidades necessárias para lidar com elas. Mantêm-se assim constantemente preocupadas com as diversas atividades do seu dia a dia e encontram muita dificuldade em relaxar ou livrar-se das preocupações.
Para que o diagnóstico de ansiedade generalizada seja feito é preciso que outros transtornos de ansiedade tais como o pânico e a fobia social tenham sido excluídos. É necessário que essa ansiedade excessiva perdure por mais de seis meses continuamente, sendo imprescindível ser feita a diferenciação da ansiedade normal.
Uma das maneiras de diferenciar a ansiedade generalizada da ansiedade normal é através do tempo de duração dos sintomas. A ansiedade normal se restringe a uma determinada situação ou estímulo, e mesmo que o evento causador da ansiedade não seja resolvido, extinto ou modificado, a pessoa tende a adaptar-se e tolerar melhor a tensão diminuindo o grau de desconforto com o tempo – essa capacidade de adaptação é chamada de habituação.
Sendo assim caso uma pessoa mantenha-se apreensiva, nervosa e tensa por um período superior a seis meses, mesmo tendo motivos para isso, começa a ter critérios para o diagnóstico do Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG).
Os sintomas necessários para o diagnóstico de TAG são:
1. Dificuldade de concentração e frequentes esquecimentos (“brancos”);
2. Irritabilidade (estar com os “nervos à flor da pele”);
3. Dificuldade para relaxar;
4. Cansar-se com facilidade;
5. Dificuldade para adormecer, manter o sono ou ter sono insatisfatório;
6. Tensão muscular (dores musculares).
Há também diversas vezes outros sintomas gastrointestinais associados como: colites, gastrites, diarreias, etc, mas que não são requisitos para o diagnóstico de TAG.
Por fim, um critério presente em todos os transtornos mentais é o prejuízo no funcionamento pessoal ou marcante sofrimento. Não podemos considerar os sintomas como suficientes para dar o diagnóstico caso o paciente não tenha seu desempenho pessoal, social e familiar afetados.
No site do AMBAN (ambulatório de Ansiedade), do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, órgão especializado em transtornos de ansiedade é possível encontrar mais informações à respeito do TAG, assim como um pequeno teste que pode dar-lhe uma ideia dos critérios de enquadramento utilizados para esse diagnóstico:
http://www.amban.org.br/niveldeatencao.asp?hyperlink=forum&forum=niveldeatencao&nivel=tag
É importante salientar que, como o estado de ansiedade perturba a visão que a pessoa tem a respeito de si mesma e a respeito do que acontece no ambiente é necessário que esse diagnóstico seja sempre feito por um especialista.