por Roberto Santos
"Sou funcionária publica municipal e procuro ficar o maior tempo ocupada para evitar comentários. Sou auxiliar em uma parte do local em que trabalho seis horas por dia de segunda a sexta. E como nem sempre ha trabalho neste local, me disponibilizei a ajudar colegas de outros departamentos. Há um ano entrou uma colega nessa área em que ajudo e ela começou a demonstrar interesse em ir para o meu local. Ela faz o serviço dela devagar, pergunta a todo o momento, mesmo já sabendo o procedimento. Ela tenta fazer com que eu fique presa, por exemplo, no computador e tenta ir para o meu departamento. Ambas somos concursadas. Faço o meu trabalho honestamente e tenho orgulho disso. Percebo que ela não gosta quando me elogiam e sempre que pode me dá umas alfinetadas. Esse e o segundo emprego da vida dela. E bem mais jovem que eu, 10 anos, e acredita ser melhor que os outros. Critica sempre que pode e gosta de uma fofoca. Como nunca passei por isso, tenho dificuldades em lidar com ela. Tento não dar ouvidos e procuro ficar um bom tempo longe de seu departamento."
Resposta: As empresas, como outros grupos, sempre correm o risco de serem contaminados por pessoas negativas, desonestamente competitivas e prontas para puxar os tapetes e atropelar quem lhes bloqueia o caminho. Especialmente, quando o processo seletivo é por concurso público em que características de personalidade não são avaliadas.
Contudo, é importante que esses desvios de conduta e de ética sejam atribuídos ou relacionados à juventude dos profissionais. Existe veneno escorrendo pelas bocas e corações de pessoas de todas idades, raças e credos. Existem arrogância e a vã ilusão de se julgar superior aos outros em diferentes estratos sócioeconômicos e fases da vida.
Num grupo são, dentro de uma cultura organizacional sadia, pessoas como a descrita por você, acabam sendo expelidas, geralmente por uma liderança atenta e guardiã de valores importantes como a cooperação, a honestidade e a excelência no desempenho profissional. Parece mercadoria rara no mercado atualmente? Provavelmente sim.
A incompetência gerencial é muito maior do que a competência, infelizmente. Caberia na solidão de cada contribuidor nas empresas públicas e particulares, manterem-se em seu fio de prumo daqueles valores. Deixar-se levar pelo jogo, ou pior, entrar nele, para quem não é do time do negativo e do veneno, pode ser chamar para si uma derrota dupla — perde-se para quem é experiente em tramoias, falsidades e traições e perde-se o mais importante, a estabilidade daquele fio de prumo que orienta as carreiras para construções sólidas. Em suma, fique na sua, cara leitora!