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“Boa noite! Tudo bem? O meu problema ou talvez não seja um problema, mas sim a falta de experiência! Namoro uma mulher que tem uma filha. A idade da filha está na adolescência. Essa menina não me respeita e tem um total ciúme da mãe! Não aguenta ver a gente juntos! Faz armação e tudo mais. Até já colocou laxante em meu chá, em um velório do tio dela. Tenho medo que ela faça coisa pior! Não sei o que faço! Amo muito a mãe dela e ela está grávida. Tem horas que dá vontade de terminar o relacionamento e outras vezes a mãe fala que se eu quiser terminar, não terei problemas. A filha dela manda e desmanda nela! Xinga e não respeita ninguém! O que faço!?”
Resposta: Pelo seu relato sua enteada não aceitou seu relacionamento com a mãe dela desde o início. Seu vínculo com a família de sua namorada não foi construído de uma forma saudável e a menina, na fase de adolescência, acabou transformando você no vilão da história. E, ao que parece, faz de tudo para expulsar você da família. As coisas se complicam ainda mais pois a mãe dela está grávida. Assim, além da menina ver em você alguém com quem ela tem que dividir a atenção da mãe, agora mais um “rival” está a caminho…
Difícil situação
Bem, certamente sua situação não é fácil. A mãe é responsável pela menina, que é menor e, certamente, se tiver de escolher, escolherá a menina. Mesmo gostando de você. Assim, cabe a você, e só a você, decidir se essa situação é suportável.
Você pode tentar mudar alguns comportamentos em relação à menina?
Sim, até pode, mas na idade em que ela está, qualquer tentativa sua, a princípio, dará a ela a sensação que está conseguindo chamar sua atenção e bagunçar sua vida, que é exatamente o que ela pretende.
Não dê muita atenção nem entre em confronto
Assim, melhor não dar muita atenção e, sobretudo, não entrar em confronto frente às provocações. Tente não se envolver nas conversas dela com a mãe: os momentos em que a mãe dá atenção à filha devem ser só das duas. Por outro lado, suas conversas com sua namorada, principalmente as que tratam de temas polêmicos (como, por exemplo, assuntos relacionados à filha dela) devem ser abordados apenas entre você e ela. Nas conversas a três, evite comentários maiores, mas, caso concorde com algo que a filha fala, demonstre isso com um sorriso. É uma forma sútil de reforçá-la e, talvez, conseguir conquistar um pouco essa adolescente tão rebelde.
Adolescentes tendem a se comportar de forma inadequada
É importante ressaltar que a maioria dos adolescentes se comporta de forma inadequada nessa idade. Provocam, acham que sabem tudo, apaixonam-se por uns e odeiam outros, enfim, não é à toa que muitas vezes adolescentes são chamados de “aborrecentes”.
Costumam melhorar quando se sentem mais seguros, começam a trabalhar ou entram numa faculdade. Todos nós passamos por esta fase e é importante atentarmos para isso quando estamos a ponto de explodir em função da irritação que eles nos causam. De qualquer forma, você não é o pai e não tem nenhuma obrigação com ela. Assim, avalie os pontos positivos do seu relacionamento com sua namorada e decida se vale a pena, apesar de tudo, continuar o relacionamento. Caso decida continuar, procure não fazer da menina o ponto central de suas conversas com ela. Busque outros temas, sugira outros assuntos, enfim, tente desviar o foco das maldades da menina.
Caso sinta que está muito pesado e queira se separar, tente avaliar como será sua vida sem ela, a filha, os problemas. Melhor? Pior? Leve? Solitária? Sim, nem sempre terminar um relacionamento traz alívio. Pense nisso.
Atenção!
Esta resposta (texto) não substitui uma consulta ou acompanhamento de uma psicóloga e não se caracteriza como sendo um atendimento.