por Anette Lewin
"Sou casado há 7 anos, tenho 33 anos e minha esposa 28. Vivo um dilema que me incomoda muito na minha relação. Minha família é extremamente unida e além de eu gostar desse convívio, eles me cobram muito essa companhia. Porém, minha esposa teve uma criação totalmente diferente, sem ligação com os pais e irmãos. Nossas brigas sempre têm a ver com esta ligação minha com meus familiares. Porém, não consigo administrar esta situação, pois falar aos meus familiares sobre o assunto seria botar lenha na fogueira. Teria alguma dica para que eu possa amenizar esta situação?"
Resposta: Casar-se significa iniciar a formação de uma nova família.
Assim, o foco principal do casal deve ser essa nova família. A antiga continuará a existir, mas assumirá com o passar do tempo um papel coadjuvante. Sim, as antigas famílias do novo casal já tiveram seu momento protagônico, já foram os atores principais quando se casaram. Nada mais justo que o novo casal tambem viva esse momento em que, sob a luz dos holofotes, iniciam a construção de sua identidade familiar, não é?
É claro que as famílias de origem não podem e nem devem ser esquecidas. Mas cada um tem seus hábitos e cada família de origem transmitiu valores e costumes que serão o modelo para seus membros. No caso do e-mail acima, o marido tem uma família mais afetiva do que a esposa. Para ele, estar em família é um prazer, para ela… nem tanto. E agora? O que fazer com essas diferenças?
Bem, diferenças não são defeitos. Assim, nesse caso, não se pode dizer que o marido está mais certo do que a esposa ou vice-versa. Cada um tem seus porquês e, certamente, hábitos criados ao longo de pelo menos 20 anos, dificilmente se modificarão de uma hora para outra.
A solução não é tão difícil assim. Pela lei do bom senso, se o marido gosta de estar com sua família de origem e a esposa não, o melhor é que ele vá visitar sua família sozinho. Dentro de uma frequência razoável, é claro! E que ela faça um pequeno esforço e o acompanhe em ocasiões "especiais" como casamentos, aniversários, etc. para que não se crie um clima de guerra declarada.
O bom senso tambem reza que ele não leve à sua família de origem as brigas ou conflitos com sua mulher. Como ele mesmo diz, isso seria botar lenha na fogueira.
Assim, nas visitas à sua família de origem devem ser abordados temas referentes a esse núcleo familiar apenas. Nada de usar a família como depositaria de problemas conjugais. Como diz o ditado, roupa suja se lava em casa. Caso perguntem por que ela não veio… tente protegê-la em sua resposta, nunca acusá-la!
E o mais importante: embora nosso internauta tenha uma família de origem considerada como um bom modelo, jamais poderá esquecer que seu modelo não é o único que funciona. Ele escolheu uma pessoa com hábitos mais individualizados; alguém que se acostumou, provavelmente, a tomar decisões apenas com a própria cabeça sem compartilhá-la com muita gente; alguém que se sente bem com uma única pessoa a seu lado e curte momentos de calmaria apenas a dois; alguém que aprecia a intimidade e o silêncio de uma casa ou de um cinema; enfim, alguém que pode apresentar a ele prazeres diferentes dos que ele aprendeu a valorizar até agora. Vale a pena aprender a viver o novo na companhia da pessoa que, afinal, o conquistou.
Dicas para administrar a convivência com a família do cônjuge:
1ª) Com o casamento, o foco principal passa a ser a nova famila formada: marido, mulher e futuramente filhos;
2ª) Se o marido gosta de estar com sua família de origem e a esposa não, o melhor é que ele vá visitar sua família sozinho; mas a esposa deve fazer um pequeno esforço para acompanhá-lo em ocasiões "especiais" como casamentos, aniversários, etc;
3ª) Caso sua esposa não queira ir num determinado evento, tente protegê-la em sua resposta e nunca acusá-la;
4ª) Não leve à sua família de origem brigas ou conflitos que ocorrerem no seu casamento;
5ª) Não se pode dizer que o marido está mais certo do que a esposa ou vice-versa. Cada um tem seus porquês;