por Margareth dos Reis
"Estou muito preocupada com minha filha de 17 anos, ela é muito fechada e aos poucos descobri que ela não gosta ou não sente prazer no sexo, teria algum livro para orientá-la ou que tipo de ajuda procurar?"
Resposta: Vamos combinar que é comum o comportamento de isolamento no jovem que se encontra em busca de autonomia.
Muitos adolescentes costumam, inclusive, eleger o quarto como o local da casa em que passam a maior parte do tempo. A sua filha é uma jovem adolescente enfrentando, provavelmente, os maiores desafios em seu próprio íntimo, como ocorre com a maioria dos que estão passando por essa mesma fase da vida.
As mudanças no próprio corpo, as emoções despertadas pelo interesse de contato afetivo-sexual com outra pessoa, as experimentações sexuais e as pressões sociais marcam significativamente esse importante tempo de transição para a vida adulta. Por estarem abertos às novidades, muitas vezes, esses jovens se sentem confusos, atrapalhados e até envergonhados em determinadas situações nas quais não se saem tão bem quanto gostariam — como por exemplo, o "branco" que experimentam na hora que encontram com a pessoa que tanto atrai — passando a encará-las como ameaçadoras.
O que, geralmente, eles mais necessitam é da compreensão dos pais e de outros adultos, principalmente, por não se sentirem pertencentes nem ao mundo infantil e nem ao mundo adulto ainda. Para isso, deve-se usar uma linguagem esclarecedora e, ao mesmo tempo, acolhedora, que os ajudem a desmitificar os tabus sexuais e a promover uma vida sexual confortável, segura e com pessoas que eles possam escolher por se sentirem à vontade para compartilhar o prazer íntimo.
Portanto, conforme o seu pedido, o livro da Laura Muller, "500 perguntas sobre sexo do adolescente" (Ed. Objetiva), pode ser uma indicação para a sua filha; mas vale a pena você lê-lo também, para que vocês possam alinhar a linguagem e falar com mais liberdade sobre esse tema. Além disso, visitas regulares ao consultório ginecológico são obrigatórias e benéficas para sua filha estabelecer uma relação de cuidado com a própria saúde e receber orientações balizadas em suas necessidades próprias.