Minha filha não se interessa pelos estudos, o que eu faço?

por Threreza Bordoni

"Sou divorciada e tenho uma filha de 12 anos. Sinto dificuldade na educação dela, pois a mesma não se interessa pelos estudos."

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Hoje a queixa maior que recebo dos pais é exatamente a mesma "meu filho esta desinteressado pelos estudos". Esta é uma questão complexa e envolve diretamente a escola e a família. A escola precisa se adaptar ao mundo do jovem e parar de tentar competir com ele. Da mesma forma, a família precisa ser parceira da escola e também de seus filhos. Converse com sua filha e descubra seus interesses tanto no dia a dia da escola, como fora dela. Depois procure a escola e veja aonde os dados se casam. Assim será possível fazer uma ponte entre ambos e quem sabe tornar mais interessante a travessia. Segue abaixo dicas e um texto sobre o assunto. Espero que ajude.

Dicas

Trabalhe junto com a escola. Escola e família têm papeis diferentes, mas um objetivo comum. Respeite o espaço de cada um.

Pergunte sempre à sua filha como foi o dia na escola, mas não cobre uma resposta. Respeite sua privacidade.

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Compreenda que a responsabilidade das tarefas de casa é de sua filha. Seja parceiro quando necessário, mas não assuma a responsabilidade. Permita que ela arque com as consequências. Ah! Lembre-se que não é objetivo de um bom dever de casa, manter sua filha ocupada, assim não deve ser em excesso.

Estimule-a a pensar por si só. Deixe que ela resolva os seus problemas, busque alternativas, ache soluções.

Não torne o horário de estudos uma batalha, negocie e estabeleça metas. Cobre os resultados.

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Preocupe-se menos com a nota e mais com a aprendizagem.

Confie na escola, e caso tenha dúvidas, resolva-as com a escola e não com outros pais ou com sua filha.

E mais:

Escolha bem a escola que irá matricular seus filhos, visite-a e conheça seu projeto político pedagógico, após a escolha, acredite em sua proposta e aceite sua forma de trabalhar.

Lembre-se: "a palavra convence, mas o exemplo arrasta". Seus comentários e principalmente suas ações influenciam diretamente na vida escolar de seus filhos.

Ao ir ao shopping, visite também as livrarias com a seus filhos.

Mãe educadora e o papel da escola

Nossa sociedade mudou, temos uma inversão de papeis e valores, mais informação do que podemos absorver, a mulher trabalha fora, o avanço tecnológico foi grande, a família mudou, a criança mudou, o aluno e a escola
também mudaram. Tanta mudança gera confusão e expectativas.

Buscando proteger os filhos das mudanças, os pais estão oferecendo proteção excessiva, ao invés de desenvolver as capacidades dos filhos para que eles vençam na sociedade. A família está perdida e acaba achando que a escola é que tem que educar seus filhos. A família é responsável pela educação e a escola pela formação de habilidades para competências na vida adulta.

Neste contexto, o melhor que podemos fazer por nossos filhos, é sermos consistentes na sua formação desde bem pequenos, a frustração, o não dito com firmeza, as tarefas diárias, o dinheiro regulado, o tempo bem distribuído, entre outros limites, favorecem a conscientização cidadã. Mas, nada disso terá qualquer significado se não for mediado pelo exemplo dos adultos. Nossos filhos são frutos do meio, porém é na relação familiar que os verdadeiros valores se formam e se consolidam.

De nada adianta os pais darem limites, como assistir à tevê só em determinadas horas, proibir certos tipos de música, cobrar respeito ao próximo, exigir que não falem palavrão, se eles burlam as leis e os valores morais e adotam a postura: "Faça o que eu falo, mais não faça o que eu faço". Suas atitudes valem mais que mil palavras.

Busque ações simples e concretas que possam ajudar seu filho a assumir responsabilidades de forma coesa e correta. Peça a seu filho, principalmente se for pequeno, para que o ajude com os afazeres (guardar os brinquedos, limpar a mesa ou guardar a roupa limpa), comente com eles os programas e músicas atuais, coloque-o a par da realidade financeira da família. A criança que aprende a ter responsabilidade desde pequena, fica mais bem preparada para a vida.