por Blenda de Oliveira
“Tenho 51 anos e minha mãe ainda quer controlar minha vida. Isso me deixa totalmente sem rumo, pois tudo que faço ela critica. Mesmo nos meus acertos, ela se mostra oponente às minhas conquistas. O que devo fazer para não me sentir culpado?”
Resposta: Não há outra forma de iniciar o processo de independência emocional se não enfrentar e tolerar a culpa.
Tenha em mente que a culpa foi algo construído em você por razões (não saberia listar os motivos), com certeza, que não suas. Necessidades de manter-se ligada e mantê-lo aprisionado fizeram com que sua mãe construísse uma relação em que você não existe como alguém diferente dela. Sua vida pertence à sua mãe.
Quanto mais ela critica suas iniciativas e seu estilo de viver, claro, e você acata, mais ela impede qualquer possibilidade de independência e, principalmente, de decisão e reflexão para dizer não a esse tipo de relação.
Imagino que deva ser já um adulto que pode e deve ter vida própria, por isso, seja lá os medos que você tem em relação ao que pode acontecer com sua mãe diante do seu posicionamento mais firme, fique certo que nada será por sua culpa ou responsabilidade.
Há coisas que são parte da vida de cada um. O ser humano é mestre em arrumar pessoas para que possam projetar suas mais notórias dificuldades. Você, ao receber e concordar com as “verdades” proferidas por sua mãe, está não só protegendo-a de se a ver com as próprias necessidades, como também protegendo-se de dar-se conta que já não precisa desse tipo de “amor” que aprisiona e impede o maior bem que a vida adulta pode nos dar, a liberdade.
Boa sorte! Siga em frente.