por Grupo de Aprimoramento Junguiano sobre Questões Amorosas – Clínica Psicológica PUC/SP
A palavra provedor quer dizer aquele que provê, que toma as providências, que atende às necessidades.
Por muitas décadas, foi delegado ao homem esse papel de prover, de atender as necessidades. O homem decidia tudo, sua palavra era sempre a última. No entanto, o que observamos hoje em dia é que esta situação vem se modificando.
Com a chegada do feminismo e com a entrada da mulher no mercado de trabalho, o homem pareceu perder este papel de provedor. Com isto, acho que aqui cabe a pergunta: Será mesmo que o homem saiu deste papel, será que estas necessidades seriam somente financeiras e de delegação de ordens e funções?" Acredito que não.
Quando estamos em um relacionamento, as necessidades vão muito além dos bens materiais, nós precisamos também de amor, compreensão, dedicação e amizade e tudo isto independe do quanto se ganha e qual o nosso papel no mercado de trabalho.
O que necessita ser ressaltado é que, embora o homem possa se encontrar em posição inferiorizada em termos financeiros, dentro de um relacionamento conjugal, não significa que seu papel como companheiro, parceiro amoroso e suporte emocional deva ser minimizado, pois as necessidades financeiras precisam ser atendidas. Porém, o sucesso de um relacionamento amoroso depende também de outros fatores tão ou mais importantes do que elas.
Assim, há de se disitinguir da sociedade atual o papel do homem como ainda provedor, no sentido de ser aquele que, por estar profissionalmente e financeiramente melhor colocado que a mulher, representa não só o parceiro amoroso, o suporte emocional, mas também o que arcará com todas as decisões e responsabilidades financeiras, daquele que não podendo exercer o papel de provedor financeiro, é o que divide a responsabilidade pelo equilíbrio emocional do relacionamento.
Para atender esse novo papel, a postura do homem deve passar por uma profunda reformulação. Ele deve se conscientizar de que seu valor como pessoa vai muito além de sua capacidade de acumular bens materiais. Para se sentir pleno como individuo e capaz de ser um bom parceiro amoroso, deve cuidar de outros aspectos de sua individualidade: desenvolver suas habilidades, ter interesses diversificados, buscar o que lhe dá prazer, expandir a criatividade e a sensibilidade. Enfim, tornar-se um ser humano pleno.
Portanto, o fato de não ter seu papel restrito ao de provedor, longe de diminuir a condição masculina, é um fator de liberação para o homem e lhe oferece a oportunidade de se tornar um ser melhor.